Tiramisù cremosão de xícara

Tiramisù cremosão de xícara – uma forma simples e deliciosa de fazer esse icônico doce italiano cheio de energia e sensualidade (no vídeo você entenderá porque o “sensual”, risos). Em Roma, num lugar chamado “Cantina e Cucina” comi o melhor tiramisù da minha vida, e essa receita é inspirada nele. Além da receita, te convido para navegar comigo na história do doce e em algumas referências afetivas da minha viagem para Itália – porque fazer uma receita conectado com sua história e origem… é outra experiência. Simples, poucos ingredientes e sem erro, vem que tem. Abaixo receita escrita, e aqui o video no Youtube – que tem o passo a passo completo e toda experiência com a origem do doce 🙂

No IGTV do meu Instagram também tem o video, se preferir, clique aqui para ver por lá.

Ingredientes:

  • Aproximadamente 160g de biscoitos (quais quiser, prefiro amanteigados – nessa receita usei o biscoito de leite maltado da @piraque )
  • 40 ml de café forte
  • 50 ml de rum ou afins
  • 4 claras
  • 3 gemas
  • 1/2 xícara de chá de açúcar
  • Cacau em pó à gosto para finalizar
  • 400g de mascarpone – se não encontrar, é fácil fazer em casa, no post anterior tem a receita.

Modo de preparo:

Misture o café com o rum e molhe os biscoitos (ui), depois forre o fundo de xícaras com umas 3 camadas do biscoito – ou uma travessa grande, se for fazer um só grandão. Se sobrar café, regue os biscoitos já posicionados no recipiente. Bata as claras em neve e reserve. Bata as gemas com o açúcar até ficar uma mistura clara e fofa (se quiser um creme mais denso, adicione 1 gema a mais, eu coloco 3 gemas para 4 claras para ter mais leveza). Adicione o mascarpone na mistura de gemas e incorpore. Agora junte as claras em neve, incorporando delicadamente com movimentos circulares de baixo para cima. Quando estiver tudo incorporado, está pronto. Coloque o creme sobre os biscoitos e finalize com cacau em pó por cima. Deixe gelar no mínimo 4 horas (melhor 8 ou 1 noite). Espete um biscoitinho na hora de servir para ter um crocante mara. Se preferir, você pode fazer uma camada de biscoito, uma de creme, outra de biscoito e mais uma de creme, eu prefiro assim, 2 camadonas só.

Seja feliz fazendo e comendo.

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Ostara, Easter, Páscoa – Porque coelhos e ovos de chocolate? Confira origem da tradição e ainda seleção de 12 receitas sensacionais para sua páscoa!

Ostara

Imagem: Site Santuário Lunar

Ostara, Easter, Páscoa. O termo “Páscoa”, vem de “Ostara”, deusa escandinava da primavera – estação do ano que no hemisfério norte se inicia próxima à celebração da Páscoa. Antes mesmo do cristianismo, o dia de Ostara era a celebração do primeiro dia de primavera, do fim do inverno e retorno do sol, do florescimento e renascimento da natureza – o cristianismo uniu essa simbologia de “renascimento da natureza” a ressurreição de Jesus, fato hoje que universalmente simboliza a páscoa. Na antiguidade, o povo anglo-saxão pintava ovos e os oferecia a Ostara, sendo que o ovo sempre simbolizou vida, nascimento, assim como o coelho também era relacionado a Ostara, simbolizando fertilidade e fecundidade na natureza. Daí vem a origem dos ovos e do coelho da páscoa, que eram muito antes os “ovos e coelhos de Ostara”. O tempo transformou os ovos de Ostara em ovos de chocolate, criando uma intima relação desse ingrediente com toda a simbologia que envolve a Páscoa, os ovos, o coelho, a primavera e o renascimento. Por isso Páscoa tem tom de chocolate (do qual os ovos de Ostara deliciosamente acabaram sendo feitos) – a gastronomia tem sempre símbolos e marcas que contam a história da humanidade. Isso é sempre emocionante.

Para celebrar toda a simbologia da Páscoa com, claro, chocolate, fiz uma seleção de nossas melhores receitas que envolvem chocolate! Chocolate também é renascimento, é símbolo, e é maravilhoso… Veja abaixo a seleção com todo amor do mundo:

Para acessar as receitas basta clicar no link!

Receita de Ovo de Páscoa de Colher sabor Oreo

Receita de Ovo de Páscoa de Colher Trufado de Laranja

Receita de Ovo de Páscoa de Colher de Brigadeiro Gourmet

Receita de Gâteau au Chocolat (Bolo de chocolate cremoso sem farinha)

Receita de biscoitos de manteiga de amendoim com recheio de chocolate

Receita da tradicional Mousse de Chocolate Francesa

Receita de Reine de Saba – O bolo de chocolate com amêndoas da Julia Child!

Bolo Lava de Chocolate (Moelleux au Chocolat)

Receita de tortinhas de chocolate com farofa crocante de caramelo

Receita de Cookies Double Chocolate

Receita de mousse de chocolate com cachaça e crocante de chocolate branco

Receita de Bolo Double Chocolate com Azeite de Oliva

Ostara winter

Ostara – Lavando o adormecimento da terra durante o inverno e trazendo o florescimento e renascimento da natureza.

Como fazer Barbecue Ribs – Costela de porco temperada com dry rub e com molho barbecue artesanal. Faça você mesmo todo o processo: O molho, o tempero e a costela.

Barbecue (churrasco, em inglês) é uma palavra de origem americana, vem do termo “barbacoa”, expressão usada pelos nativos de Iucatã para dar nome a carne assada em brasas dentro de um buraco no chão. Os franceses afirmam que a origem do termo é deles, e que vem de “barbe à queue”, que significa uma rês assada inteira no espeto – “da barba à cauda”. O molho barbecue é tradicional nos Estados Unidos, surgiu no sul do país e é consumido com carne assada, principalmente a de porco. Delicioso, com tom agridoce, amadeirado e ácido ao mesmo tempo, ele se incorpora de forma mágica ao sabor defumado da carne.

Vou ensinar vocês à fazer o molho barbecue artesanal, o dry rub (tradicional tempero americano para churrasco) e a famosa Barbecue Ribs – costela de porco assada nadando em muito molho barbecue. Fazer uma carne com elementos que engrandecem seu sabor é uma linda forma de respeitar o animal que morreu para que tal experiência fosse possível. O porco é um animal muito generoso, nos dá muita coisa, merece respeito. Vem aprender a fazer,com suas mãos, essa história toda.

Primeiro  preparo: como fazer o molho barbecue:

Ingredientes para o molho barbecue:

  • 1 cebola média ralada
  • 1 dente de alho ralado
  • 4 colheres de sopa de açúcar mascavo
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • 2 colheres de sopa de vinagre branco
  • 2 colheres e meia de sopa de molho inglês
  • 1 colher de chá de mostarda (eu gosto de usar a dijon, mas pode ser qualquer uma)
  • 300 ml de catchup (um bom, de preferência artesanal)
  • 3 folhas de louro (as frescas são muito mais interessantes)
  • 1 ou 2 pitadas de sal, à gosto
  • Um pouco de pimenta-do-reino, à gosto
  • 1 pitada de chilli em pó

Modo de preparo do molho barbecue:

Aqueça uma panela, quando ela estiver quente coloque o azeite, e em seguida a cebola, com uma pitadinha de sal. Espere um instante e coloque a folha de louro e o alho. Doure uns instantes e então coloque o açúcar, quando ele estiver todo derretido acrescente todos os outros ingredientes, acerte o sal e deixe cozinhar em fogo alto por uns 12/14 minutos. Quando desligar o fogo, tire as folhas de louro. Pronto para uso.

Segundo preparo: como fazer o dry rub, o tempero para a costela:

(as quantidades são para fazer uma mistura de tempero que dará para fazer umas 2 ou 3 costelas, você pode fazer metade da receita se quiser apenas para 1, ou guardar o que sobrar em um pote, dura muito):

Ingredientes para o dry rub:

  • Meia xícara de chá de açúcar branco
  • Meia xícara de chá de açúcar mascavo
  • 1 colher rasa de sopa de páprica picante
  • 1 colher rasa de sopa de páprica doce
  • 1 colher e meia de sopa de sal
  • Meia colher de chá rasa de pimenta chilli em pó
  • 1 colher de sopa de alho em pó
  • Meia colher de sopa de cebola em pó
  • 1 colher de chá de cominho em pó

Modo de preparo do dry rub:

Misture todos os ingredientes. Apenas isso. O que não for usar mantenha em um pote fechado em local fresco.

Finalmente, terceiro preparo: como fazer a Barbecue Ribs (Costela de porco com molho barbecue):

Ingredientes para a Barbecue Ribs:

  • 1 costela de porco inteira, limpa e não muito gorda.
  • 11 colheres de sopa de dry rub
  • 25 ml de coca-cola
  • 2 colheres de sopa de molho barbecue para uso no tempero e mais uma quantidade suficiente para as pinceladas durante o cozimento.

Modo de preparo da Barbecue Ribs:

Pré-aqueça seu forno à 190 graus. Coloque em uma tigelinha as 11 colheres de sopa do dry rub e molhe com a coca-cola e com as 2 colheres de sopa do molho barbecue. Misture tudo muito bem.

Abra dentro de uma forma uma folha grande de papel alumínio (de um tamanho suficiente para embrulhar a costela inteira) e coloque sobre ela a costela, então besunte ela toda com o dry rub que acabou de molhar, espalhando ele por toda a costela, dos dois lados. Deixe o lado que tem mais gordura na costela virado para cima, faça algumas espetadas na costela com a faca para ajudar na absorção do tempero. Feche a costela com o papel alumínio, de uma forma ajeitada para ser fácil desembrulhar depois. Leve então ao forno pré-aquecido por mais ou menos 1 hora (depende do tamanho da costela, 1 hora para cada kg).

Após esse primeiro tempo, retire a costela do forno e abra o papel alumínio sem rasgar ele todo (você vai embrulhar de novo). Pincele ela por cima com uma quantidade generosa do molho barbecue que você preparou, cubra de novo com o papel alumínio e leve de novo ao forno por mais 20 minutos. Após isso repita mais uma vez o mesmo processo: Retire do fogo, pincele, cubra com o papel alumínio (sem pressionar muito ele sobre a carne para não tirar todo o molho) e deixe por mais 15 minutos no forno. Após essa última etapa está pronta. Na hora de servir coloque mais molho barbecue à gosto. Fica deliciosa com batatas fritas ou assadas, milho verde fresco assado ou cozido, enfim, seja feliz comendo.

Receita da Clássica Tarte Tatin – Como surgiu e como fazer!

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Muita coisa fascinante na gastronomia surgiu de um erro, também foi assim a famosa e clássica sobremesa francesa Tarte Tatin. No final do século XIX, as irmãs Caroline e Sthéphanie Tatin eram donas do Hotel Tatin, que tinha um restaurante comandado pelas duas. O hotel fica (sim, ele existe até hoje) na região central da França, em Sologne, e lá a torta de maçã sempre foi uma especialidade da região. Certo dia no restaurante um cliente importante e apressado pediu uma torta de maçã, e na correria do preparo Stéphanie inverteu a montagem da torta, colocando primeiro o recheio no fundo da forma, não tendo tempo de corrigir o erro colocou a massa por cima do recheio, assou e depois desenformou a torta virando. A torta virada ficou linda, perfeitamente caramelizada e macia – nasceu uma estrela que brilha até hoje. Os erros inauguram coisas, enquanto os acertos ás vezes só mantém padrões – os convido a errar na cozinha, apreciar o erro e extrair muito dele. Veja receita da clássica Tarte Tatin abaixo e bon appétit!

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Hotel Tatin, Sologne, França.

Ingredientes (para 7 à 8 pessoas):

  • De 5 à 6 maçãs (melhor se for maçã verde)
  • Cerca de 300g de massa folhada ou, se preferir que a massa seja a tradicional de torta doce, clique aqui e veja uma receita bem simples
  • Caldo de meio limão-taiti
  • 150g de açúcar (Cerca de 3/4 de xícara de chá)
  • 4 colheres de sopa de manteiga (60g)
  • 1 forma redonda de aproximadamente 26cm de diâmetro (eu uso fôrma antiaderente, mas normal também funciona), ou uma frigideira/panela rasa que possa ir ao forno.
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As maças verdes nesse tom mais amareladinho são as ideais!

Modo de preparo:

Descasque as maçãs, corte-as em 4 partes, tire as sementes e então coloque os pedaços em um recipiente. Acrescente o caldo do limão, misture para espalhar o caldo e reserve.

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Se você for usar massa folhada congelada, tire do congelador 1 ou 2 horas antes de usar. Se for usar já descongelada, tire da geladeira na mesma hora. Se for usar massa normal de torta doce, deixa ela aberta em formato de um disco suficiente para cobrir sua fôrma ou frigideira (onde a torta irá assar), use ela para medir o tamanho. Se você comprar aquelas massas folhadas que vem em folhas quadradas pequenas separadas, não tem problema, junte uma na outra pressionando as bordas para emendar, e dará certo também! Reserve a massa pronta para cobrir a torta e vá fazer o caramelo!

Coloque a fôrma (ou panela/frigideria) que irá assar a torta em fogo médio (no fogão mesmo) e acrescente a manteiga e o açúcar. Deixe derreter, mexa um pouquinho, e quando começar a escurecer é hora de colocar as maçãs.

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Quando estiver nesse tom é hora de colocar as maças.

Acrescente as maçãs fazendo um formato de coroa, até completar todos os espaços vagos da forma, não pode deixar folgas, tem que ficar assim ó:

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Cozinhe por 5 minutos após colocar as maçãs. Enquanto cozinha pré-aqueça o forno a 180 graus. Após isso desligue o fogo e coloque a massa folhada por cima da forma, cobrindo as maças. Pressione as extremidades, empurrando o excesso de massa das bordas para dentro, ajeite a massa com os dedos para que fique bem junta das maças.

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Leve ao forno pré-aquecido e asse por cerca de 40 minutos, ou até a massa ficar dourada.

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Retire do forno e deixe descansar por 5 minutos. Antes de desenformar incline a forma para verificar se há muita calda, se tiver escorra ela em uma tigela antes de desenformar. Para desenformar coloque um prato ou outro recipiente sobre a forma, segure a parte da fôrma com um pano de prato para não se queimar, e vire de uma vez só! Ela sai linda e emocionante, fica que nem na primeira foto desse post.

Sirva a seguir, ela é maravilhosa quente! Acompanha muito bem sorvete de creme e folhinhas de hortelã.

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Bon appétit!

Para temperar com a Bahia – Dica de tempero nordestino à base de alho e semente de coentro!

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Minha mãe é baiana, e os traços da cozinha nordestina compõe muita coisa que faço e estão no modo como me relaciono com os ingredientes. Falo muito aqui sobre culinária francesa (uma paixão), mas também cozinho muito com a proximidade da minha origem – que é de onde tiramos originalidade para cozinhar com alma, com nossos hábitos familiares e culturais – cozinhamos para contar nossa história, e esse tempero conta um pouco da minha – tem o gosto da minha infância, da comida de mainha, do aroma que quando eu tinha uns 7 anos já me fazia questionar: “qual magia é essa que tem esse cheiro?”. Esse tempero é simples, leva elementos fortíssimos da culinária nordestina, e podem compor muitos pratos (uso no arroz, em carnes, refogas, legumes, grelhados, feijão, etc). Você pode fazer em grande quantidade e deixar armazenado na geladeira. Um tempero marcante, que protagoniza. Aprenda como fazer, e deixa, junto com essa receita, eu te transmitir um pouco da minha história e origem.

Ingredientes:

Para fazer uma quantidade pequena, que encha mais ou menos um potinho de geleia (se quiser uma quantidade maior dobre a receita).

  • Aproximadamente 3 de cabeças de alho (das médias).
  • Azeite de oliva extra-virgem ou óleo de girassol (eu gosto mais de azeite) – o suficiente (você entenderá abaixo como calcular a quantidade).
  • 3 colheres de sopa de sementes verdes de coentro (as secas não servem).
  • Sal à gosto (o quanto quiser salgar)

Modo de preparo:

Descasque o alho. Coloque o alho e as sementes de coentro em um liquidificador (em um mundo perfeito, ele é feito amassando no pilão tudo na mesma sequência que vou apresentar, mas pode ser no liquidificador também), acrescente uma quantidade de azeite que não chegue nem na metade do volume de alho e sementes de coentro, então bata por alguns instantes (até triturar completamente), verifique se a consistência ficou parecida com um purê cremoso, se ficou ainda muito sólido e pouco pastoso acrescente mais um pouco de azeite e bata mais um pouco, se ficar muito liquido acrescente mais dentes de alho e sementes de coentro, faça esse processo até atingir a consistência de uma pasta rústica.

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Tempero na consistência após acrescentar o sal.

Após atingir o ponto, coloque a mistura em um recipiente e acrescente sal – a quantidade é a gosto, coloque o tanto que bastar para atingir um teor que lhe agrade. Eu coloco bastante, pois quando faço uma receita que o uso ele que a tempera, não coloco sal a parte.

Prontinho! Esse tempero é bem versátil, você pode usar em muitos pratos (até hoje só utilizei em pratos quentes). Ele é um tempero forte, marcante, não é tão suave mas não é tão agressivo, é presente. Perfeito para carnes, farofas e arroz. Conserve na geladeira em um pote bem fechado (já conservei por 2 meses e duas semanas e continuou com a mesma qualidade, acho que dura até mais que isso).

Aproveite! Gratidão por partilhar fragmentos de memórias com vocês.

Bom apetite!