Como fazer uma verdadeira massa de pizza italiana caseira – mas uma que seja possível para nossas cozinhas comuns.

Os vestígios históricos de um prato sempre trazem a história da civilização humana em sua composição. Há 6 mil anos, no antigo Egito misturaram farinha e água – O inicio do que viria a se tornar o alimento mais popular no mundo. Os gregos também passaram a fazer massas à base de farinha de trigo, arroz e grão-de-bico e assaram em tijolos quentes. Um tempo depois essa “massa” virou um alimento muito comum no sul da Itália, principalmente para pessoas muito pobres, visto sua simplicidade de preparo – a massa sempre foi o alimento de todas as “massas”. Só então mais tarde, em Nápoles, passaram a acrescentar molho de tomate e orégano na massa, os mais ricos também colocavam queijo e pedaços de linguiça, daí então nascia “a vera napoletana”, a pizza como hoje a conhecemos. Farinha, água, fermento, azeite e sal – é o que você precisa para fazer a verdadeira pizza italiana. Obviamente essa receita é uma simples, possível de realizarmos em casa, não é a mesma coisa daquelas de fermentação natural assadas em grandes fornos à lenha, mas é uma delícia e vale muito a pena, uma opção muito bonita para fazermos em casa e vivermos essa antiga emoção italiana como é possível em nossas cozinhas comuns.

Ingredientes:

  • 1Kg de farinha de trigo
  • 600ml de água morna
  • 6 colheres de sopa de azeite de oliva
  • 2 colheres rasas de sopa de açúcar
  • 25g de fermento biológico
  • 20g de sal

Essa quantidade rende cerca de 6 discos de pizza média, ou 4 grandes. Você pode fazer meia receita ou 1/3 de receita se precisar de menos, dá super certo.

Modo de preparo:

Coloque a farinha em uma tigela grande e faça um buraco no centro. Em um recipiente pequeno (de vidro, pode ser um copo), coloque um pouco da água morna,  acrescente o fermento e o açúcar e dissolva tudo muito bem, então coloque essa mistura no centro da farinha.

Agora, em um outro recipiente de vidro, coloque mais um pouco da água morna, adicione o azeite de oliva extra virgem e o sal e acrescente também na mistura da farinha, então comece a misturar tudo, primeiro com uma colher de pau, até o liquido se incorporar mais, depois com as mãos.

Acrescente o restante da água e vá amassando – Mantenha perto de você um pouco de farinha e água morna, para trabalhar a massa da pizza até atingir a consistência desejada, que deve ser macia e elástica (dependendo da farinha utilizada e da umidade dela, pode ser que se use menos ou mais água). Sove, coloque ar na massa – por pelo menos 5 minutos – a massa deve ficar macia e elástica, não pode ficar seca, é muito importante para que ela abra da forma adequada e fique correta! Então não exagere na farinha para não estragar a umidade da sua massa!

Quando terminar de trabalhar a massa faça uma bola com ela, polvilhe uma tigela grande com farinha e coloque a massa dentro, cubra com um pano úmido e meio morno (umedeça um pouco um pano de prato e coloque no micro-ondas uns segundinhos que você terá um), e então deixe descansando por 1 hora ou 1 hora e meia em um ambiente sem correntes de ar (um forno desligado, por exemplo).

Depois do descanso está pronta! Daí é só abrir seus discos de pizza. Separe a massa em bolas (cada uma será um pizza), o tamanho depende de você. Então polvilhe um pouco de farinha onde for abrir a massa e comece, pode ser com um rolo, mas o jeito tradicional é abrir com a mão mesmo, usando as pontas dos dedos, empurrando a massa do centro para as bordas até ter o formato tradicional. Se sua massa estiver na umidade certa será fácil abrir, naturalmente a bordas vão ficando com mais massa e o centro mais fino. Deixe a massa na espessura de seu desejo – para uma pizza de massa mais fina ou grossa.

Após abrir sua massa, coloque seu recheio e asse. Não é necessário pré assar a massa. Lembre-se de que um bom molho faz toda diferença em qualquer pizza. Após rechear asse ela no seu forno preaquecido na temperatura mais alta que tiver – a pizza entrando no forno bem quente terá a massa “selada” imediatamente, construindo uma leve crocância por fora e preservando um centro macio. Asse até dourar levemente a bordas – à 280 graus costuma levar uns 15 minutos, mas fique de olho. Se tiver pedra de pizza, é legal preaquecer ela junto com o forno antres de colocar a pizza.

Dicas para seu recheio:

E eu tenho a receita de um bom molho de tomate caseiro. Clique aqui e veja a receita dele! O molho é muito importante, ele ajuda a construir muito o sabor da pizza, trazendo também a umidade adequada. Então invista tempo para fazer em casa um saboroso molho caseiro, vale a pena!

Na que postei na foto de capa desse post, o recheio foi: molho de tomate caseiro, calabresa, cebola, mozzarella de búfala e grana padano ralado – amo desse jeito.

A lendária Margherita: coloque molho de tomate e o queijo de sua preferência (mozzarella fresca é incrível aqui) e então leve ao forno até derreter o queijo e dourar as bordas. Retire do forno e finalize com manjericão fresco –  sinta o sabor de Napóles!

A Toscana: Coloque molho de tomate , calabresa (moída ou em rodelas) e queijo (uso muçarela). Finalize com orégano e leve ao forno até derreter o queijo e dourar as bordas.

A inconfundível pizza de queijo com pesto de rúcula – Para essa, coloque molho de tomate, queijo e finalize com porções de pesto de rúcula espalhadas por cima da pizza – o pesto de rúcula você faz assim: Bata no liquidificador folhas de rúcula higienizadas com nozes, sal, pimenta, limão e azeite – as quantidades variam de acordo com a consistência que você deseja, mas é legal que fique uma pastinha não muito grossa. Coloco em média para um maço médio de rúcula meia xícara de chá de azeite, uma colher de sopa de nozes, caldo de meio limão, sal e pimenta até ficar do meu gosto.

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Essa é a linda Toscana! 

Buon appetito!

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Tiramisù cremosão de xícara

Tiramisù cremosão de xícara – uma forma simples e deliciosa de fazer esse icônico doce italiano cheio de energia e sensualidade (no vídeo você entenderá porque o “sensual”, risos). Em Roma, num lugar chamado “Cantina e Cucina” comi o melhor tiramisù da minha vida, e essa receita é inspirada nele. Além da receita, te convido para navegar comigo na história do doce e em algumas referências afetivas da minha viagem para Itália – porque fazer uma receita conectado com sua história e origem… é outra experiência. Simples, poucos ingredientes e sem erro, vem que tem. Abaixo receita escrita, e aqui o video no Youtube – que tem o passo a passo completo e toda experiência com a origem do doce 🙂

No IGTV do meu Instagram também tem o video, se preferir, clique aqui para ver por lá.

Ingredientes:

  • Aproximadamente 160g de biscoitos (quais quiser, prefiro amanteigados – nessa receita usei o biscoito de leite maltado da @piraque )
  • 40 ml de café forte
  • 50 ml de rum ou afins
  • 4 claras
  • 3 gemas
  • 1/2 xícara de chá de açúcar
  • Cacau em pó à gosto para finalizar
  • 400g de mascarpone – se não encontrar, é fácil fazer em casa, no post anterior tem a receita.

Modo de preparo:

Misture o café com o rum e molhe os biscoitos (ui), depois forre o fundo de xícaras com umas 3 camadas do biscoito – ou uma travessa grande, se for fazer um só grandão. Se sobrar café, regue os biscoitos já posicionados no recipiente. Bata as claras em neve e reserve. Bata as gemas com o açúcar até ficar uma mistura clara e fofa (se quiser um creme mais denso, adicione 1 gema a mais, eu coloco 3 gemas para 4 claras para ter mais leveza). Adicione o mascarpone na mistura de gemas e incorpore. Agora junte as claras em neve, incorporando delicadamente com movimentos circulares de baixo para cima. Quando estiver tudo incorporado, está pronto. Coloque o creme sobre os biscoitos e finalize com cacau em pó por cima. Deixe gelar no mínimo 4 horas (melhor 8 ou 1 noite). Espete um biscoitinho na hora de servir para ter um crocante mara. Se preferir, você pode fazer uma camada de biscoito, uma de creme, outra de biscoito e mais uma de creme, eu prefiro assim, 2 camadonas só.

Seja feliz fazendo e comendo.