Como fazer Croque-monsieur – Um elegante e típico francês!

Croque-monsieur jamais será apenas um sanduíche, apesar de ser um sanduíche. Ele foi o primeiro clássico francês que fiz na vida, há muitos anos. Era uma sexta a noite, eu ainda era tão jovem, ainda não sabia tanta coisa (não que eu saiba tanto agora, mas sei um pouco mais). Eu não sabia ainda o quanto a gastronomia francesa ganharia espaço na minha vida – era um tempo que eu estava buscando para onde andar exatamente. A cozinha ajuda a gente a aprender coisas valiosas. Aprendi naquele tempo à primeiro olhar algo, mesmo que de longe, e depois ir ao seu encontro. Enfim. Croque pra mim tem um gosto de frescor, inicio, sonhos e começo – porque eu era assim quando ele entrou na minha vida. As horas da vida sempre tem um gosto.

Muito comum nos cafés e restaurantes da França, ele tem todo um gosto de aconchego, de abraço e conforto – Aliás, acredito fielmente que tudo que tem béchamel faz a gente se sentir abraçado, é quase uma lei de Newton isso. O croque tem charme, tem béchamel, muito queijo, muitos crocantes, tem muito de Paris e é um francês de tirar qualquer mau humor da gente.! E não tem nada de difícil em fazê-lo. Abaixo a receita que compartilho com muito afeto e memória – seja feliz fazendo, e bon appétit!

Ingredientes:

Antes de listar os ingredientes gente, uma observação: Não limitaremos quantidades porque isso vai depender de quantos sanduíches você irá fazer. Ao longo da receita e durante a montagem do sanduíche daremos sugestões de quantidades, mas cada um pode colocar o tanto de queijo que quiser ou o tanto de molho que quiser, porque somos livres! Agora vamos ao que você irá precisar:

  • Pão cortado em fatias (pode ser de fôrma, eu prefiro sempre artesanais, e quando é possível sempre opto por brioche).
  • Manteiga
  • Mostarda Dijon (Se não tiver pode ser mostarda comum)
  • Queijo Gruyère (Esse tipo de queijo tem um tom doce que combina demais com essa receita! Porém se você preferir pode usar outro queijo, como mussarela ou parmesão).
  • Presunto (do tipo que você preferir).
  • Molho béchamel (Espera que já mostramos a receita desse molho!)

Modo de preparo:

A primeira coisa a fazer é seu molho béchamel! Você descobre como fazer o molho béchamel clicando aqui. Com essa receita de molho béchamel você consegue fazer até 4 sanduíches, se for precisar para mais faça mais de uma receita. Depois de pronto reserve o molho. Agora você irá tostar o seu pão – para cada sanduíche você precisará de 2 fatias. E existem dois jeitos de tostar: Passar um pouco de manteiga e colocar naquelas torradeiras eletricas ou passar manteiga nas fatias e tostar na frigideira, você que escolhe. Feito isso, é hora de começar a montagem do sanduíche, siga a seguinte ordem:

  1. Pegue uma das fatias e passe um pouco da mostarda (bem pouquinho).
  2. Coloque a quantidade desejada de presunto (uma fatia grande já está bom)
  3. Coloque uma camada de molho béchamel (cerca de 1 à 2 colheres de sopa)
  4. Coloque a quantidade desejada de queijo (se você ralar o queijo fica melhor, mas pode colocar como preferir)
  5. Passe mostarda na outra fatia de pão e coloque por cima de tudo.
  6. Então passe mais uma camada de molho béchamel
  7. E para finalizar, coloque mais queijo por cima.
Todas as fases da montagem do Croque-monsieur, e a última imagem é ele já assado!
Todas as fases da montagem do Croque-monsieur, e a última imagem é ele já assado!

Pronto! Agora é só levar seu croque-monsieur para tostar no forno pré-aquecido à 200 graus, por cerca de 15 à 20 minutos (ou até que o queijo de cima comece a dourar). Depois é só servir! Olha que lindo que fica:

Bon appétit!

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Receita da tradicional Baguete Francesa!

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Baguette – le pain égalité! (O pão da igualdade) – Durante a Revolução Francesa, em 1793, um decreto tornou obrigatório que ricos e pobres tivessem acesso ao mesmo tipo de pão – foi então instituída a famosa baguete – o pão da igualdade, o que se deve a sua econômica produção (não usava leite, ingrediente que encarecia os produtos na época), entre outros aspectos. Hoje é um dos maiores símbolos do país, ir a França e não comer uma baguete é como amar a Madonna e nunca ter dublado Like a Prayer em casa sozinho (Acho que não foi a melhor comparação, mas foi o que me veio na cabeça no momento, sem referências autobiográficas – risos). Confira abaixo a receita da tradicional baguete francesa!

Antes algumas observações:

  • A escolha da farinha é sempre muito importante para conseguir um pão bom de verdade. A farinha orgânica é sua melhor opção, se não encontrá-la, use a farinha comum (conhecido como tipo 1) – nunca compre aquela denominada “especial”. E pense na marca de farinha que irá escolher, crie familiaridade com uma farinha, conheça sua produção, origem e qualidade, isso é importante e te trará comida de verdade, com resultados emocionantes.
  • Essa receita é muito mais adequada de fazer com uma batedeira com gancho – aqueles de “amassar massa”. Você pode tentar na mão, porém é uma massa muito úmida, e precisa ser mesmo, na mão fica difícil mas é possível. Só não se deixe levar e por mais farinha para facilitar, isso tornará a massa seca, e não úmida e incrível como uma baguette deve ser.
  • O glútem se forma magicamente mas pode ser destruído se você movimentar a massa mais que o preciso e na hora errada, por isso preste atenção nos tempos da receita.

Que seja emocionante fazer e comer. Siga em frente!

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Ingredientes (Para 3 baguetes médias):

  • 500g de farinha de trigo (talvez um pouco mais para atingir o ponto exato da massa). Preferência para farinha de trigo orgânica, se não achar, a comum, mas uma que confie e saiba que é boa.
  • 15g de fermento biológico fresco (um tablete daqueles mais comuns de se encontrar por aí).
  • 380 ml de água morna
  • 10g de sal
  • 3 a 4 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
  • Manteiga para untar um recipiente

Modo de preparo:

Dissolva o fermente em 4 colheres de sopa da água morna em uma tigela, esfarelando ele, após dissolver todo deixe descansar por 5 minutos.

Se tiver a batedeira que bata massa de pão, hora de pegá-la, se não, use suas mãos e um recipiente para misturar os ingredientes. Coloque a farinha de trigo no recipiente (caso esteja usando a batedeira, já coloque no recipiente dela) e misture com o sal. Em seguida abra um buraco no centro e acrescente o fermento, a água e o azeite.

Se estiver usando a batedeira é só começar a bater (com o gancho para massa) em velocidade baixa por 1 minuto, então desligue a batedeira um instante, passe uma espátula em volta do recipiente e misture para garantir que tudo incorpore, e volte a bater na velocidade 1. Após esse tempo, colocar na velocidade 2 e bater por mais 10 minutos, Após esse tempo verifique se a massa chegou ao ponto, que é o ponto de véu: Um ponto onde você estica a massa e ela fica quase transparente, mas sem rasgar – ou seja, muito elástica. Se ela não tiver atingido esse ponto, esfarinhe uma superfície, coloque a massa, esfarinhe um pouco a mão e trabalhe a massa até atingir o ponto de véu e adquirir essa elasticidade linda que queremos. Atenção: Não acrescente mais farinha para facilitar seu trabalho, a massa é mole e úmido e precisa manter assim, apenas esfarinhe sua mão e superfície para trabalhar a massa, sem por mais farinha na massa.

Se for usar suas mãos, siga os mesmos tempos, mas com suas mãos e energia: comece a mexer essa mistura ainda no recipiente e se preferir, comece com uma espátula, porque no inicio a massa pode grudar muito nas mãos – como eu disse, é uma massa bem úmida. Mexa lentamente por 1 minuto até tudo estar incorporado, depois continue menos lentamente por 5 minutos, e depois com mais energia (mas sem agressividade) trabalhe ela por 10 minutos. Faça isso até atingir o ponto de véu (descrito acima), quando atingir, pare de mexer.

Coloque essa massa linda e macia (passe os dedos e sinta a maciez) em um recipiente untado com manteiga, cubra-o com um pano úmido ou plástico e deixe em um lugar de temperatura amena por 1 hora e meia descansando.

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Depois de descansar, volte a massa para a superfície de trabalho (que deve estar enfarinhada) e amasse ela gentilmente só um pouquinho, cerca de 30 segundos (para essa parte não use batedeira, precisa ser toque gentil, humano). Nessa parte já divida a massa em três partes iguais e comece a formar as baguetes com cada uma das partes: pegue o pedaço da massa, vá rolando fazendo o formato de um cilindro, esticando gentilmente a massa do meio para as extremidades, então faça dobras na massa (pegando as pontas das extremidades, levando até o meio e depois rolando de novo, formando um novo cilindro – o formato das baguetes. Essa coisa de dobrar a massa e ir enrolando é importante para permitir uma maciez interessante e adesão de ar. Deixe-as do tamanho e cumprimento de sua preferência.

Coloque as baguetes na fôrma que irá assar (unte com manteiga e farinha de trigo se sua fôrma não for antiaderente). Se tiver fôrmas especiais para baguete, será perfeito. Cubra-as com um pano e deixe descansar por mais uns 40 minutos. Um pouco antes de terminar o tempo de descanso, já pré aqueça seu forno à 240 graus.

Após esse tempo de descanso faça os famosos cortes nas baguetes (de preferência com uma navalha ou faca bem afiada). Os cortes são a assinatura do padeiro, faça quantos quiser. Normalmente são transversais e a quantidade um número ímpar. Não os faça muito fundos, bem superficiais e singelos – ao assar eles aumentam. Após isso leve direto ao forno (eu gosto de polvilhar uma mistura de farinha de trigo com farinha de semolina por cima). Importantíssimo: No momento em que colocar as baguetes para assar, coloque uma fôrma ou outro recipiente com água dentro do forno, embaixo da grade onde as baguetes estarão – o vapor da água fará com que as baguetes adquiram aquela casquinha crocante deliciosa.

Asse à 240 graus por 15 minutos, depois abaixe para 220 graus e asse até ficarem douradas e lindas – um total de mais ou menos 40 minutos no forno.

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Prontinho! Aproveite essa delícia tão francesa e tão maravilhosa e bon appétit!

Receita fácil de Petit Gateau (Também conhecido como Bolo Lava de Chocolate ou Moelleux au chocolat)!

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Tem coisa mais divertida que cortar um petit gateau e ver o centro dele escorrer? Aff, que emoção que dá. Esse bolinho que tem como característica principal ser firme nas bordas e mole no centro tem vários nomes e versões na França – como o fondant au chocolat ou moelleux au chocolate – o que ensino hoje é a receita do moelleux, que aqui conhecemos como petit gateau! Nos Estados Unidos há uma popular versão praticamente igual, o Lava Cake (Bolo Lava de chocolate), nome que se deve ao efeito erupção que ele tem quando cortado. Moelleux significa macio ou mole em francês – e é o que a consistência dessa sobremesa nos oferece. É extremamente divertido prepará-la! Vem tentar fazer! Mas só se for para se divertir de algum jeito enquanto faz, se não for se divertir, não faça!

Abaixo a receita escrita, mas se quiser ver um video completo dessa receita é só clicar aqui e conferir no meu Instagram @rodrigo.vilasboas, o video está lá no meu IGTV. Ensino um passo a passo detalhado que não te erro!

Ingredientes:

Para o preparo de 6 à 8 porções. Se quiser menos diminua as quantidades dos ingredientes proporcionalmente.

  • 170g de chocolate meio amargo picado em pedaços bem pequenos
  • 170g de manteiga em cubos – (Aproximadamente 3/4 de xícara de chá)
  • 170g de açúcar mascavo claro (Aproximadamente 1 xícara de chá bem cheia).
  • 85g de farinha de trigo (Aproximadamente 3/4 de xícara de chá)
  • 6 ovos batidos
  • manteiga amolecida e cacau em pó  – para untar os ramequins

Modo de preparo:

Primeiro prepare os ramequins: Pincele todos com manteiga e depois polvilhe com cacau em pó, retire o excesso de cacau. Junte o chocolate e a manteiga em um recipiente e derreta (em banho maria ou não microondas), misture durante o derretimento. Em outro recipiente misture a farinha de trigo e o açúcar, e depois acrescente os ovos, após misturar um pouco acrescente nessa mistura o chocolate derretido. Misture tudo até ficar homogêneo.

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Divida a mistura entre os ramequins que você untou no começo, e leve a geladeira por 1 hora (Essa é uma parte importante, a massa estando gelada fará com que você obtenha os bolinhos perfeitos na hora de assar – estando gelados o calor do forno demora mais de chegar ao centro dos bolinhos, e isso facilitará que o centro fique mole, que é o que queremos!).

Pré-aqueça o forno à 190 graus. Asse os bolinhos por 15 à 20 minutos – não asse demais, ou não terá o centro mole. O ponto certo é quanto fica firme nas bordas e um pouco pastoso no centro, enfiando um palito no centro ele deve sair úmido. Se quiser uma versão mais mole, que escorre já ao desenformar de tão liquido que o centro fica, asse por 11 minutos. Se quiser mais resistente, na média de 15 à 20 minutos.  Após retirar do forno deixe descansar por 2 minutos.

Recém-assados!

Recém-assados!

Então desenforme nos pratos em que irá servir cada bolinho – Sinta a magia do momento de desenformar, é a coisa mais linda do mundo!

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Versão mais mole que assou por cerca de 11 minutos apenas.

 

Sirva imediatamente, com sorvete ou frutas frescas. Que gracinha, né?

Bon appétit!

Como fazer creme de aspargos!

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Receita de creme de aspargos! – Sopas, cremes, frio. Tempo, estações e culinária. Nossas memórias vinculam um prato ás épocas do ano – culinária também marca o tempo, as fases, os ciclos. Como no frio não pensar em algo quentinho e cheio de sabor? Um creme ou uma sopa torna uma cena aconchegante, praticamente é uma forma de sentir-se abraçado! Hoje quem me abraça é esse creme de aspargos. Simples, elegante e maravilhoso! Esse da foto foi feito por uma amiga querida, que inclusive foi quem me ensinou! Vem aprender!

Ingredientes (4 porções):

  • Cerca de 15 aspargos frescos (se forem grandes, se forem pequenos uns 20/25)
  • 1 dente de alho esmagado
  • Meia cebola média picada em cubos
  • 4 xícaras de chá de água
  • 1 colher e meia de sopa de manteiga
  • 1 xícara de chá de creme de leite
  • Pimenta-do-reino branca à gosto (pode ser a preta ou também pimenta rosa).
  • Sal à gosto
  • Azeite à gosto
  • 1 colher de café de mostarda dijon

Modo de preparo:

Lave os aspargos, tire a parte branca dura da base (alguns já vem sem essa parte) e corte em rodelas que não precisam ser muito finas. Coloque a manteiga em uma panela média e leve ao fogo, quando derreter coloque a cebola, refogue por 1 minuto e então acrescente o alho, e em seguida os aspargos. Coloque sal e pimenta e deixe refogar por uns 5 minutos. Na sequência coloque a água e mexa, verifique o sal novamente e deixe cozinhar por uns 12 minutos, até os aspargos ficarem bem molinhos, então retire do fogo.

Leve a mistura ao liquidificador e bata tudo, até ficar um creme liso. Leve de volta a panela e acrescente o creme de leite, o azeite e a mostarda, verifique o sal e deixe no fogo por mais uns 2 minutos, então verifique a consistência – Se achar que para seu gosto ficou muito liquido, faça uma receita de roux e acrescente para engrossar mais (para obter o roux: derreta em uma frigideira ou uma panelinha pequena uma colher de sopa de manteiga, quando derreter por completo acrescente 1 colher de farinha de trigo, então cozinhe, mexendo sempre, até atingir um tom castanho médio, mexer com um fouet é melhor que não empelota nada!). Se acrescentar o roux, deixe cozinhando por mais 1 ou 2 minutos antes de desligar a panela.

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Prontinho! Só servir! Fica uma delicia com pão italiano e um vinho! Bon appétit!

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Como fazer crepe de ganache branco com calda de morango com manjericão!

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Crepe tem gosto de Paris – Tem o gosto das caminhadas intensas e mágicas por essa cidade onde cada segundo é poesia. Quando você come algo em determinada situação o gosto se conecta a experiência, e assim nossa vida vai ganhando sabores e texturas. Por isso que crepe pra mim tem gosto das ruas de Paris. Aprenda a fazer esse crepe delicioso (que é super simples) que sai uma sobremesa perfeita para qualquer ocasião! Combinação delicada e inteligente: crepe, ganache de chocolate branco e calda de morango com manjericão (como eu amo morango com manjericão, poucas coisas combinam tanto)! Vem aprender, a receita, o gosto e a construção de uma experiência marcante e boa.

Como fazer:

A receita da massa de crepe você encontra clicando aqui

A receita da calda de morango com manjericão você encontra clicando aqui

Deixe sua calda e massa prontas, daí prepare o ganache!

Para fazer o ganache de chocolate branco, você precisará de:

  • 300g de chocolate branco cortado em pedacinhos bem pequenos ou raspado
  • 100g de creme de leite

Como fazer:

Coloque o chocolate branco em um recipiente e reserve. Leve o creme de leite ao fogo, e quando estiver ao ponto de ferver tire do fogo e coloque sobre o chocolate branco, espere 30 segundos e então mexa até incorporar tudo. Prontinho! Ganache pronta!

Dica: Para dar uma leveza diferente ao ganache, acrescento 2 colheres de sopa de chantilly batido ao ganache já frio, fica mais fofinho, eu gosto!

A montagem do crepe é simples: Coloque no meio do crepe aberto uma quantidade a gosto do ganache, feche ao meio e por cima coloque a calda de morango. Prontinho! Sirva imediatamente e seja feliz! Obs: Eu gosto de colocar a calda quente!

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Bon appétit!

Como fazer Crème Caramel (Pudim de leite com calda de caramelo)!

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Crème caramel – Fazer caramelo é uma aventura. Tem quem odeie. Eu amo. Esperar o açúcar se transformar direito, respeitando o movimento sutil que ele precisa e a temperatura adequada é uma arte que a gente precisa de calma para executar. No crème caramel o caramelo é fundamental, então você precisa conseguir fazer um de respeito. Essa receita é a versão original francesa, aqui no Brasil temos o pudim de leite – a diferença entre eles é que aqui no Brasil fazemos com leite condensado (o que se deve a nossa herança portuguesa que tem apreço por doces beeeem doces). A versão francesa é mais equilibrada em doce e não tem leite condensado. Adoro ambas. Não conheço quem não tenha alguma memória feliz com uma boa colherada de um crème caramel/pudim correto e bom – com caramelo perfeito, doce equilibrado, sem mil bolhinhas de ar dentro e cremoso de verdade (quando assa demais, é uma tristeza). Te ensino essa receita do jeito mais generoso que consegui. Você só precisa de leite, ovos, açúcar e baunilha. Adocica, meu amor.

Ingredientes:

  • 500 ml de leite
  • 2 colheres de sopa de essência de baunilha (ou uma fava de baunilha)
  • 3 colheres não muito cheias de sopa de açúcar (aproximadamente 60 g)
  • 3 ovos
  • 2 gemas
  • Para a calda: Uma xícara de chá bem cheia de açúcar e 2 colheres de sopa de água.

Modo de preparo:

Primeiro faça a calda de caramelo: Coloque uma camada de açúcar em uma frigideira e coloque em fogo médio. Quando essa camada começar a derreter coloque mais uma camada. Vá fazendo isso até usar toda a xícara cheia de açúcar. Quando o açúcar todo estiver derretido coloque a água (cuidado nessa parte para não espirrar caramelo em você). Procure não mexer o caramelo com colher, vá apenas fazendo movimentos circulares com a frigideira, para ajudar a derreter. Mexer com a colher pode fazer o caramelo cristalizar, pois agita as moléculas do açúcar!

As fases do preparo do caramelo. As duas primeiras imagens são do processo de derretimento por camadas graduais, conforme explicaod na receita. A penúltima imagem é o açúcar já todo derretido, e a última imagem é já depois de por a água. Tente deixar o seu caramelo sempre perto dessa cor, se ficar muito escuro fica amargo.

As fases do preparo do caramelo. As duas primeiras imagens são do processo de derretimento por camadas graduais, conforme explicaod na receita. A penúltima imagem é o açúcar já todo derretido, e a última imagem é já depois de por a água. Tente deixar o seu caramelo sempre perto dessa cor, se ficar muito escuro fica amargo.

Feito isso, espalhe o caramelo nos potinhos que você irá assar seu pudim (potinhos que podem ir ao forno), forre o fundo todo dos potinhos com caramelo. Faça isso rapidinho, o caramelo endurece rápido! Se você preferir pode por em uma forma grande, se quiser fazer um pudim grandão ao invés de 6 pequenos! No caso de potinhos pequenos, você precisará de 6 potinhos (ramequins).

Os potinhos com o fundo forrado de caramelo.

Os potinhos com o fundo forrado de caramelo.

Pré-aqueça o forno à 150 graus. Coloque o leite em uma panela e junte a baunilha. Se você for usar a fava de baunilha corte ela ao meio (no sentido de comprimento) e coloque no leite. Se for usar a essência só junte ao leite também. Usar a fava faz diferença, deixa mais acentuado o tom da baunilha, mas vai ficar bom dos dois jeitos! Leve o leite ao fogo e quando levantar fervura desligue (se você usou a fava, depois de ferver tire ela do leite e descarte). Misture os ovos e as gemas com o açúcar, e depois vá acrescendo lentamente no leite quente, sempre misturando. Não bata muito, evite criar muitas bolhas.

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Coloque essa mistura nos potinhos que você colocou o caramelo (ou na forma grandona), leve-os para uma assadeira e encha ela com água fria até cobrir metade dos potinhos.

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Asse por aproximadamente 1 hora, ou até o creme ficar firme nas bordas e meio mole no meio.Retire-os do forno e deixe esfriar em temperatura ambiente, depois cubra-os com um papel filme e leve a geladeira por 4 horas, ou por 1 noite.

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Antes de servir passe uma faca nas beiradas para ajudar a soltar, e coloque cada potinho em água fervente por cerca de 30 segundos, para dar uma amolecida e sair fácil. Então coloque um prato virado sobre o potinho e vire os dois juntos, se for necessário dê uma sacudidazinha para o pudim sair. Prontinho! Fica tão fofinho, né? Ah! Sirva gelado e bon appétit!

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Como fazer Crème Brûlée – o clássico!

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Ah… crème brûlée! Uma das minhas receitas francesas preferidas, daquelas de fazer os olhos brilharem! A primeira vez que ouvi falar dessa sobremesa foi no filme “O Fabulo destino de Amélie Poulain”, na cena em que falava da felicidade discreta encontrada nos prazeres simples do cotidiano  – e quebrar a casquinha do crème brûlée era um item dessa lista. Não sei se pela poesia do filme, se por ser tão a cara de Paris ou pelo sabor delicado e gentil, mas eu amo essa sobremesa! É difícil de explicar, mas esse doce é muito importante pra mim, ele de algum modo me lembra de ter esperança nas coisas (acho que ele já coloriu o preto e branco de outras horas). Fazer não é assim tão complicado! Vem quebrar a casquinha de um crème brûlée e entender melhor isso tudo.

E ah! Se quiser saber de onde vem e toda a história em torno dessa sobremesa, clique aqui e desvende o crème brûlée!

Ingredientes:

  • 300g de creme de leite fresco (ou use aqueles de latinha mas sem o soro!)
  • 200ml de leite
  • 3 colheres de sopa de extrato de baunilha – o natural é sempre muito melhor (ou você pode usar uma fava de baunilha inteira).
  • 6 gemas
  • 100g de açúcar (aproximadamente 10 colheres de sopa), e mais um pouco para fazer a casquinha caramelizada de cima – o brûlée.

Modo de preparo:

Coloque o creme de leite junto com o leite em uma panela e junte a baunilha (se for usar a fava corte-a ao meio, raspe as sementes para dentro da panela e jogue a casca dentro também). Ferva essa mistura, assim que levantar fervura desligue (se tiver usado a fava de baunilha retire ela e descarte). Reserve.

Em uma travessa misture as gemas com o açúcar, bata até atingir o ponto de fita – ponto mais grossinho e cremoso, para verificar esse ponto faça assim: Pegue um pouco da mistura com uma colher ou o próprio fouet e deixe cair de volta, estará no ponto de fita se cair fazendo essas dobrinhas como da imagem, repare:

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Então vá acrescentando aos poucos o creme quente que estava reservado, batendo sempre, mas não demais nem muito rápido para não criar muitas bolhas (mas não se preocupe, algumas são normais criar).

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Pré-aqueça o forno à 130 graus. Divida a mistura em 6 ramequins e coloque-os em uma assadeira.

Essa foto deixou o creme mais pálido gente, mas ele é mais amarelinho que isso tá!

Essa foto deixou o creme mais pálido gente, mas ele é mais amarelinho que isso tá!

Encha a assadeira de água morna até cobrir a metade dos ramequins. Asse de 40 à 50 minutos (depende do seu forno), até o creme ficar firme nas bordas e um pouco mole no meio. Quando der 35 minutos fique sempre de olho, vá tirando um ramequin para averiguar a consistência, assim não passará do ponto certo. Se assar demais fica duro e meio espumoso e não com aquela cremosidade mágica!

Após assar, retire do forno e deixe esfriar em temperatura ambiente. Então cubra-os com papel filme e leve para a geladeira por 3 à 4 horas, ou por uma noite. Na hora de servir vem a parte mais legal: Fazer aquela casquinha linda por cima! Retire-os da geladeira e tire o papel filme, se a superfície estiver úmida seque com um papel toalha delicadamente. Então polvilhe uma camada de açúcar por cima (não muito grossa), e aí é só caramelizar esse açúcar, e você tem duas opções para fazer isso: Pode usar um maçarico culinário (mais prático e com resultados melhores), ou usar uma colher de ferro aquecida. Se usar o maçarico é só ir fazendo com ele movimentos circulares até “queimar” o açúcar e deixar ele no tom das imagens abaixo (sem queimar muito para não ficar amargo, tem que ficar bronzeadinho só, 10 segundos de maçarico em cada um é suficiente). Se for usar uma colher de metal faça da seguinte forma: Esquente ela na chama do seu fogão a gás até que ela esquente bastante (o metal ficará num tom azul e meio escurecido). Após aquecer encoste a colher no açúcar e faça movimentos circulares, até caramelizar toda a superfície. Antes de aquecer a colher novamente lave-a muito bem para não ficar resíduos.

Prontinho! Quebre sua casquinha de Crème Brûlée e sinta a felicidade lendária que tal ação proporciona!

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Bon appétit!

Tartine de chocolate e azeite de oliva – Uma variação doce dos tradicionais sanduíches abertos franceses!

Tartine – do verbo francês “tartiner”, que significa “espalhar no pão” – nada mais é do que um sanduíche aberto. Um pão com algo em cima. Existem inúmeras opções de recheio e de pães para fazê-las – desde a tradicional preferida dos franceses – baguete com manteiga e geleia – até outras mais elaboradas. Na verdade é um prato bem simples de fazer, coisa bem “sanduíche” mesmo, mas com a sofisticação e charme francês.

Essa receita é de uma tartine doce, em homenagem à Páscoa! Fácil e linda, vamos lá!

Ingredientes:

Modo de preparo:

Coloque a barra de chocolate no freezer por uns 10 minutos, e depois rale ela (ou pique com uma faca). Pincele azeite de oliva nas fatias de pão e em seguida cubra com o chocolate ralado. Leve então ao forno (À uns 200 graus) por cerca de 10 minutos, ou até as tartines estarem levemente crocantes e o chocolate estar já derretido. Se quiser, coloque mais azeite antes de servir, eu adoro. Um azeite bom nunca é demais. Prontinho! Simples e uma delícia! Aproveite-as!

Bon appétit!

Como fazer Crepes – O lanche nacional francês!

Rua e Parques de Paris tem sabor de crepe – Esse lanche orgulho nacional francês nos acompanha nas longas caminhadas por Paris. A origem dele é britânica, foi adotado há tempos pelos franceses, e hoje em dia tem crepe sendo vendido em cada canto da capital francesa. Aprenda como sentir o gosto das ruas de Paris através do crepe – Confira receita tradicional com todos segredinhos para um crepe amor real!

Hoje de tarde, estava com mais coisas na cabeça do que é bom estar, então pedi licença pra tudo que era excesso dentro e fora de mim e fui fazer crepes.

Juntei:

1 xícara de chá de farinha de trigo
1 e 1/4 xícara de chá de leite
2 ovos
1 colher de sopa de açúcar
E 1 pitada de sal.

Misturei tudo com um fouet, sem agitar muito a massa, só o suficiente pra ficar homogêneo (crepes não gostam de muita agitação). Quando uma massa precisa de movimentos gentis, eu sinto paz fazendo esses movimentos. Depois deixei descansar 1 hora na geladeira, e descansei junto, na sala, ouvindo Gal, ouvindo o vento, ouvindo meus sentimentos que nem sempre me dou espaço pra ouvir. Tirei da geladeira e fritei na frigideira antiaderente quente, untada com manteiga, porções bem pequenas por vez, crepe é bom fino – sabe quando a gente joga uma meia concha de massa e vai rebolando a frigideira pra espalhar e fazer um disco fino? É isso. Dourei os 2 lados até achar a cor bonita. Comi passando creme de avelã. Rende 7/9 crepes. Rende uma tarde diferente, com cheiro de crepe, com chance de paz.

Quanto aos recheios:

Você pode comer crepes com quase tudo que quiser! Doces ou salgados ficam bons com muitas coisas: Nutella, doce de leite, ganache, queijo e tomate, queijo e presunto, bechamel, etc. Crie e ame!

Bon appétit!

Como fazer Ovo Poché!

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Cortar um Ovo Poché e ver o mostrar-se da gema é uma emoção muito parecida com quebrar a casquinha do Crème Brûlée. Sentir seu sabor, tão delicado, lembrando quase um queijo, é uma experiência quase religiosa, meio transcedental. E para ir aos céus com tudo isso, você precisa só de um ovo fresco, água, sal e vinagre. Existem momentos importantes do preparo que garantem a perfeição, eu sempre segui isso e nunca errei um Ovo Poché! Veja abaixo o passo a passo!

Ingredientes:

  • 1 Ovo
  • Vinagre branco (aproximadamente 2 colhares de sopa)
  • Sal

Modo preparo:

Ferva água em uma panela pequena, com certa profundidade (o suficiente para a altura da água atingir uns 4 dedos de profundidade). É legal uma panela pequena e mais fundinha, pois isso te ajuda a fazer o redemoinho de água mais forte (quanto mais rasa e larga a panela, mais difícil é fazer um redemoinho forte que segure bem o ovo quando você colocar ele). Quando a água esquentar acrescente o vinagre e um pouco de sal e então espere ferver. Enquanto isso quebre o ovo com cuidado para não desfazer, e o coloque em uma concha (estando em uma concha fica mais fácil de você colocar na panela do jeito certo). Então quando a água estiver fervendo comece a fazer movimentos circulares nela com uma colher, criando um redemoinho forte no centro – eis o momento mais importante do preparo de um Ovo Poché perfeito: Colocar o ovo!

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Note o redemoinho de água no centro.

Depois de fazer os movimentos circulares e ter um redemoinho no centro acrescente o ovo EXATAMENTE no centro do redemoinho – é muito importante que caia no centro.

Quando cai na água da a sensaçãp de ter se espatifado. Mas fique tranquilo, se caiu bem no centro do redemoinho dará tudo certo! Ele roda um pouco assim que cai, acompanhando o rodar do redemoinho.

Quando cai na água da a sensaçãp de ter se espatifado. Mas fique tranquilo, se caiu bem no centro do redemoinho dará tudo certo! Ele roda um pouco assim que cai, acompanhando o rodar do redemoinho.

Então feche a panela e desligue o fogo. Se quiser uma gema mais para mole deixe 5 minutos desse modo (eu prefiro nesse ponto), se quiser mais dura deixe 7 minutos. Depois é só retirar o ovo com uma escumadeira, delicadamente, e morrer de amor pela delicadeza e sabor! Ficam perfeitos servidos com torradas douradas com manteiga! Aproveite esse clássico europeu e seja feliz!

O ovo inteiro antes de cortar.

O ovo inteiro antes de cortar – Servido com torradas e um creme balsâmico de laranja e mel.