Onde comer e se emocionar em Paris – Um roteiro gastronômico e afetivo.

Paris – pra mim, a cidade mais linda do mundo. Por motivos muito antigos em mim amo esse lugar e essa cultura – com 11 anos eu escrevia poemas sobre a cidade luz e alimentava em mim um sonho que realizei com 23 anos, quando visitei Paris pela primeira vez. Acho que desde a infância sonhar com Paris era uma saída boa para dar conta das complexidades da vida, enfim. E esse amor se estendeu, óbvio, para a comida francesa. Comer em Paris não é uma coisa qualquer. A França toda trata o ato de comer com muita importância, é incrível a variedade de produtos e restaurantes de altíssima qualidade que você encontra lá, muitos por preços bem baixos (comer bem é tão importante que qualquer um deve conseguir, não importa quanto de dinheiro se tenha – isso é lindo). Paris é uma joia antiga e forte da gastronomia mundial, comer lá nos sensibiliza e nos transforma. Por isso quero compartilhar com vocês um roteiro gastronômico afetivo, onde todo detalhe em volta da refeição seja capaz de te fazer sentir o gosto de Paris. O roteiro contém 5 sugestões – 2 restaurantes para uma refeição plenamente francesa, 2 lugares para comer as estrelas da confeitaria (um é onde você encontra a melhor éclair da França, o outro é um lugar incrível que faz alguns dos doces seguindo receitas muito antigas) e um café carinhoso e simbólico (o café da Amèlie Poulain). E junto com isso, dicas de passeios e hábitos culturais! Vem comigo, Paris é exatamente o lugar certo para nos lembrar que “até mesmo as alcachofras tem coração”, que comida é afeto e arte do inicio ao fim.

  • Le Valentin  – Os doces mais emocionantes de Paris. 

Quem nos indicou esse lugar foi uma francesa, ela contou que a casa segue receitas muito antigas, fazendo doces como eram feitos há muitos anos. Tudo é lindo e absolutamente bom (veja na foto acima o que comi). o lugar é uma graça, tem um salão de chá sensacional no primeiro andar. O chá é servido em um bule de ferro que te dá a sensação de tradição e tempo. O chá de jasmim é divino, eles dão para adoçar o chá um palito com caramelo cristalizado – o calor do chá vai derretendo o caramelo, é uma riqueza de detalhes que emociona, mesmo. Comer aqui foi delicado do inicio ao fim. Observando o modo como servem, o ambiente em volta e o que servem entendemos o quanto a cozinha francesa é carregada de tempo, marcas e histórias. Quando estiver nesse lugar, observe o culto em volta da confeitaria francesa… os doces em vitrines como obras de arte sendo apreciadas, as pessoas comendo delicadamente seus doces como se estivessem num momento importante e sagrado… é lindo.

Endereço: 30 passage Joufroy – 75009 Paris Tél +33 (0) 1 47 70 88 50 (ela fica dentro de uma espécie de galeria).

  • L’Éclair de Génie – A melhor Éclair da França! 

Uma rede que faz total jus a sua fama. A Éclair deles (que no Brasil chamamos de bomba de chocolate) tem algo de divino e maravilhoso, nem Gal Gosta explica. Eles tem diversos sabores e dá vontade de comer todos, prove a de pistache e a de caramelo salgado, eu chorei forte. A rede tem diversas lojas em Paris, eu fui na que se chama “La Fabrique” (fica na 32 rue Notre Dame des Victoires 75002 Paris), adorei essa porque é onde fabricam as belezinhas, dá para ver algumas partes do processo, indico ir nessa. Eu gosto de pedir uma éclair para viagem e ir procurar um parque bonito, sentar e comer a éclair, pensando nela como um tesouro, olhando alguma das mil paisagens lindas de Paris – Comer ela assim cria uma memória sem prazo de validade no seu coração. Já comi éclair duas vezes no jardim que tem atrás da catedral de Notre-Dame. Foi mais que bom.

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Endereço: Tem vários, clique aqui e confira no site deles

  • Le Relais de L’Entrecôte – Uma refeição tradicional francesa farta e incrível!
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A conta por pessoa, com vinho, saí em média 35 euros.

O famoso e nobre corte de carne (entrecôte – filé de costela) servido com um molho sensacional e batatas fritas, só – mas é um só suficiente para te deixar maluco de tão bom. A casa serve seguindo a tradição: Restaurante de um prato só, você escolhe só o ponto da sua carne. A batata frita é a vontade, eles vão te oferecendo como em um rodizio, e a carne é reposta 1 vez (diferente do Brasil onde só as batatas são repostas), você sai super cheio de lá, mas sai muito feliz! E ah, tem uma salada de entrada já inclusa no valor do prato principal. Um lugar incrível para comer carne em Paris. As sobremesas são muito boas também! Lugar charmoso e popular, sempre cheio, é normal ter uma filinha na porta para entrar mas ela é bem rápida. Aproveite o charme francês desse ambiente e observe em volta, a maioria dos frequentadores são franceses, é interessante observar os hábitos. Divirta-se.

Endereço: Tem vários, clique aqui e confira no site deles

  • Cafe Med – Um singelo endereço escondidinho na Île de Saint-Louis

Com os queridos no fofo Cafe Med. Menu completo (entrada, prato principal e sobremesa) custa em média 14 euros.

Adoro esse lugar. Ele é um singelo restaurante que está quase sempre aberto, o espaço é minúsculo e aconchegante, fica na charmosa Île de Saint-Louis (a ilhazinha que fica atrás da Catedral de Notre-Dame). Aqui a comida é simples, boa e bem feita. Comer lá me da quase a sensação de estar comendo na casa de uma mãe francesa que cozinha muito bem. O local tem preços ótimos, menus completos (entrada, prato principal e sobremesa) por cerca de 14 euros. A rua onde fica o restaurante é pequena e cheia de lojinhas interessantes, não deixa de olhar as vitrines incríveis (amo as vitrines de comida de Paris, passo horas observando, e nessa rua a maior parte das vitrines são de comida). Sugiro que vá jantar lá, é mais calmo que no almoço. Dê um passeio em um fim de tarde nas margens da Île de Saint-Louis (que tem menos turistas que os outros lugares nas margens do Sena, é lindo e calmo), então siga para jantar no Cafe Med. Após isso você terminará seu dia com uma sensação muito boa, mesmo.

As vitrines de Paris (suspiros de amor).

Endereço: 77 rue Saint Louis-en-l’Île, 75004, Paris – Tél: 01 43 29 73 17

  • Café Des Deux Moulins – O lendário café do filme “O fabuloso destino de Amèlie Poulain”. 

Crème brûlée da Amèlie Poulain.

Esse lugar é muito simbólico pra mim. Amo profundamente o filme da Amèlie e estar lá sempre é mágico. Além de ser o café da Amèlie e de ter o crème brûlée mais gostoso que já comi, o café fica no bairro de Montmarte, um dos meus bairros preferidos, cheio de coisas legais para ver. Gosto tanto dessa sugestão que tem um artigo falando exclusivamente dela, clique aqui e veja tudo sobre o Des Deux Moulins e sobre uma tarde inteira em Montmarte!

 

Paris tem um gosto muito bom, além da arte, da poesia, da arquitetura, do luxo e da simplicidade, temos a comida, que é um elementos histórico profundo na cultura francesa. Espero que sinta Paris da melhor maneira possível. Além de seguir dicas, sempre também explore lugares seguindo sua intuição, também é muito bom. Bon appétit!

 

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Como fazer um honesto e bom doce (geleia) de uva!

Tem muita coisa por aí sendo vendida como geleia ou doce de fruta que contém tanta coisa estranha dentro que minha avó jamais chamaria isso de comida e chamaria de tolo quem chamasse. É muito bom quando pelo menos de vez em quando nos aproximamos da comida mais honesta que existe – aquela feita só com a natureza pura e com as nossas mãos, só, sem mágica química que altera as coisas e mais tarde altera a gente. Esse doce de uva é simples, vai só uva e açúcar pra virar doce (em medidas adequadas, aprendi a calcular a proporção de açúcar para uvas com a Paola Carosella, nem precisa falar mais nada, né mores?) e um toque de vinho e azeite de oliva, que uma amiga linda e ruiva me indicou. Fica bom mesmo, de coração. E também aprendi (também com Paola) a gostar de colocar nozes torradas no doce depois de pronto. Enfim, essa receita é resultado de muitos encontros e inspirações.  Eu gosto muito quando é assim.

Ingredientes:

  • 1kg de uvas pretas
  • Açúcar (pode ser demerara ou refinado)
  • 4 colheres de sopa de azeite de oliva extra-virgem
  • 1 xícara de café de vinho tinto (um bom, que você beberia bem feliz)
  • 1 colher de sopa de caldo de limão (melhor se for siciliano)
  • Nozes à gosto (opcional)

Modo de preparo:

Se suas uvas tiverem sementes, tire-as. Mantenha a casca. Leve para uma panela em fogo médio até que comece a ferver. Então deixe no fogo um pouco mais baixo até reduzir o volume de liquido pela metade, em seguida desligue e deixe esfriar. Agora você vai definir o quanto de açúcar irá usar, faça assim: Pese as uvas, então volte elas para a panela e coloque uma quantidade de açúcar que seja equivalente à 1/4 do peso das uvas (ou seja, se fosse 1kg o peso, seriam 400g de açúcar). Leve de volta ao fogo, acrescente o vinho, o suco de limão e o azeite, misture. Deixe reduzir novamente, dessa vez até atingir uma consistência que te agrade para seu uso – sinta e desligue quando seu coração disser que está perfeito. Se for acrescentar nozes, torre elas no forno, sem queimar, só um pouquinho para liberar um aroma emocionante, e então quebre em pedacinhos e acrescente no doce pronto.

Dicas de uso:

  • Ela fica ótima para cobrir uma sobremesa gelada, como uma cheesecake – se for usar para isso lembre-se de deixá-la mais líquida, e para essa finalidade não é bom usar nozes.
  • Passe manteiga no pão e acrescente o doce por cima, é algo com um tom de divindade, juro.
  • Como eu disse acima, parte do jeito de fazer essa receita aprendi com Paola Carosella, ela faz um doce parecido com esse e recheia biscoitos, fica muito bom. Então, pode usar como recheio.

Como fazer figos assados com creme de mel. 

Figos emocionantes de sobremesa porque fruta é sobremesa sim, rapaz. Se você prestar atenção vai achar tanta coisa  a sua volta que é capaz de emocionar você na vida e você nem liga. Tem muito prazer simples oculto por aí que ninguém usa direito. Esses figos contam isso, você é capaz de ouvir? O simples pode ser lindo. Fruta pode ser sobremesa, vem feita e a gente só ajeita pra tirar mais emoção dela.

Como fazer:

Corte os figos em 4, coloque em uma assadeira, regue com azeite e asse no forno à 180 graus por uns 10/15 minutos. Enquanto eles assam misture creme de leite com mel, em uma proporção para ficar um amarelinho gentil, como o da foto. Retire os figos do forno e regue com o molho. Quando comer entenda o quanto o singelo pode ser bom e o quanto um figo pode ser muito bom sendo apenas ele mesmo, um figo. Compreenda algumas coisas importantes e adocica a sua vida, meu amor.

Como fazer ganache de chocolate, o creme que surgiu de um acidente francês! – Confira também como fazer fondue de chocolate!

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Ganache em francês significa “imbecil” ou “incapaz”. A divertida origem desse delicioso creme está relacionada com esse termo – A história diz que um assistente de chocolatier na França por acidente derramou creme de leite quente em um recipiente cheio de chocolate, daí o mestre chocolatier ficou muito revolts e ofendeu o seu assistente usando o termo “ganache ” – Quem diria que isso é palavrão, né gente? Se alguém me chamasse de “ganache” na França eu ia imaginar que a pessoa está dizendo que sou um docinho… enfim, adiante. Só que aí, antes de descartar a mistura acidental o chef misturou melhor e provou, e amou, e hoje o creme ganache é um dos preparos mais tradicionais da confeitaria francesa. Que gracinha, não é mesmo? Veja receita abaixo e agradeça esse santo acidente! E ah! Nesse frio que se achega por aqui, é só fazer essa receita (acrescentando um toque especial que explico abaixo) que você terá um fondue incrível!

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Ingredientes:

  • 400g de chocolate cortado em pedaços pequenos (use chocolate de qualidade, essa receita usa 2 ingredientes, então o segredo está na qualidade deles – eu gosto de fazer com chocolate meio amargo).
  • 200g de creme de leite fresco (pode usar o de latinha sem o soro se não achar o fresco).
  • Se for fazer para fondue, também usará uma colher de sobremesa de conhaque.

Modo de preparo:

Aqueça o creme de leite em uma panela, não deixe ferver, mas deixe bem quente. Coloque o chocolate em um recipiente e coloque o creme de leite quente sobre ele. Aguarde cerca de 30 segundos e então misture, delicadamente, até que todo chocolate esteja derretido e incorporado. Se estiver fazendo para fondue, acrescente para finalizar a colher de conhaque e misture bem.

Prontinho! Simples, clássico e lindo! Bon appétit! Use sua criatividade para rechear coisas, cobrir coisas, comer puro, etc!

 

Receita de Crème Brûlée de Cardamomo!

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A mágica casquinha crocante escondendo um creminho delicado de textura que te leva para as nuvens – todo mundo sabe que comer um crème brûlée é tipo andar nas nuvens ouvindo com todo entusiasmo uma música do Steve Wonder. Fora que quebrar essa casquinha crocante…. não sei se e alguma galáxia tem algo mais prazeroso que isso. Agora venho por meio desta (e não daquela) ensinar para vocês uma versão dessa belezinha que além do aroma da baunilha vai cardamomo! Uma combinação estonteante de tanto amor no meio. O tom delicado da baunilha ameniza o tom mais forte do cardamomo, fica uma coisa paradoxal linda. Vem andar nas nuvens comigo ouvindo Steve Wonder comendo um desses, vem!

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Ovos, cardamomo e açúcar.

Para fazer o Crème Brûlée com cardamomo você faz exatamente a mesma receita do crème brûléé tradicional (clique aqui e acesse a receita completa). Você fará apenas uma alteração:

No primeiro passo da receita, na hora que você colocar a baunilha no leite e creme de leite para fazer infusão, coloque também 5 favas de cardamomo para esquentar junto. Depois de desligar o fogo deixe uns 4 minutos o recipiente coberto com algo para abafar, e depois retire as favas de cardamomo e descarte. Prontinho! O aroma do cardamomo já estará no seu preparo! Algumas pessoas preferem abrir as favas de cardamomo e triturar as sementinhas de dentro, incluindo elas no preparo ao invés das favas. Nesse caso fica mais forte, porque além do aroma liberado ser mais intenso elas ficarão lá dentro, não serão descartadas. Se for fazer assim sugiro usar no máximo 3 favas por receita.

Prontinho gente! A mistura de leite e creme de leite estando aromatizada você segue os outros passos da receita normalmente! E no final notará a presença linda desse acréscimo cheio de amor pra dar!

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E ah! Clicando aqui eu te conto a história do crème brûlée, para você fazer com mais propriedade, sabendo a história que o prato conta! O que é bem mais legal!

Bon appétit!

Como fazer os melhores e autênticos Biscoitos Amanteigados do mundo!

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De tudo que já fiz na cozinha até hoje, um dos momentos mais mágicos que já experimentei foi o cheiro de amanteigados assim que saem do forno. Sério, é algo que vai revolucionar sua experiência olfativa! Acho que o paraíso deve cheirar assim. Na hora de buscar um grande amor, eu passei a ter como meta casar com alguém que me faça sentir algo tão bom quanto o que sinto ao cheirar amanteigados recém-assados. Enfim, claro que não é só o cheiro. Essas delicias crocantes tem muitos outros adjetivos que as fazem uma perdição! Vamos à receita!

Ingredientes:

  • 100g de manteiga sem sal gelada (Metade daqueles bloquinhos mais comuns de encontrar por aí – E jamais substituir por margarina! Entenda melhor a diferença entre manteiga e margarina clicando aqui).
  • 2 xícaras de chá de farinha de trigo
  • 1 xícara de chá de açúcar de confeiteiro
  • 1 xícara de café (não muito cheia) de creme de leite que bate chantilly  (acrescente ele na receita sem bater pra virar chantilly, é ele liquido mesmo!)
  • Meia colher de café de sal
  • 1 colher de chá de essência de baunilha

Modo de preparo:

O primeiro passo é cortar a manteiga gelada em pedaços pequenos, colocar em um recipiente e adicionar a farinha de trigo, assim:

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Depois você vai esmagar a manteiga na farinha com seus dedinhos até que a manteiga e a farinha virem uma farofinha uniforme, assim ó:

O lendário cheiro de amanteigados já começa nessa etapa, gente! Sinta o cheiro dessa farofinha e comece a entender a poesia dos amanteigados!

O lendário cheiro de amanteigados já começa nessa etapa, gente! Sinta o cheiro dessa farofinha e comece a entender a poesia dos amanteigados!

Em seguida acrescente o açúcar de confeiteiro, o creme de leite, o sal e a baunilha, e misture tudo, amassando gentilmente com a mão. Você não deve amassar muito, apenas o suficiente para misturar todos os ingredientes, se não você não terá amanteigados crocantes! Depois de misturar a massa, faça uma bola com ela e coloque-a sobre um pedaço de papel filme, dê uma amassada nessa bola para que vire um disco, então cubra com mais papel filme e coloque para descansar na geladeira por 1 hora.

A massa sendo enrolada no papel filme para ir descansar na geladeira por 1 hora.

A massa sendo enrolada no papel filme para ir descansar na geladeira por 1 hora.

Esse tempo de descanso é fundamental para que o glúten da farinha relaxe e seus amanteigados fiquem crocantes!

Um pouco antes de terminar o tempo de descanso vá pré-aquecendo seu forno à 190 graus. Quando passar a 1 hora de descanso retire a massa da geladeira, abra o papel filme sobre uma superfície e então, com um rolo (ou com as mãos se você preferir) abra a massa, até que ela fique na espessura que você vai querer seus biscoitos – na imagem abaixo deixei os meus na espessura que prefiro, mais finos). Então, com a ajuda de um cortador, corte seus biscoitos. Você pode usar qualquer tipo de cortador, ou uma faca se quiser improvisar.

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Depois de cortados coloque os biscoitos em uma forma untada (não precisa deixar muito espaço entre um e outro porque eles não crescem), faça furinhos neles com um garfo (para que liberem ar). E uma mágica para deixar essas belezuras bem crocantes: Antes de colocar no forno, coloque a forma com os biscoitos no congelador por 3 minutos! Em seguida retire do congelador e coloque direto no forno pré-aquecido à 190 graus.  Deixe assar até que comecem a dourar nas bordas, o que leva de 20 à 30 minutos. E Voilà! Seus maravilhosos biscoitos amanteigados estão prontos! E chega o momento principal: Cheirar os biscoitos assim que saem do forno. Você sentirá o cheiro do paraíso e sua vida olfativa na cozinha jamais será a mesma! Olha que gracinha eles:

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E ah! Você pode confeitá-los como quiser! Cobrir com chocolate, polvilhar açúcar de confeiteiro por cima, colocar crocantes por cima do chocolate, seja criativo, pop, underground e invente! Mas sem confeito nenhum eles já são maravilhosos de comer!

Bon appétit!

 

Receita dos Tradicionais Cookies Norte-americanos!

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Comer um cookie me transporta imediatamente às frias estações de metrô de Toronto – onde sempre tem um cantinho vendendo os mais deliciosos possíveis! Acabou que cookie pra mim virou uma marca do tempo que morei nessa cidade fria e mágica – e como é de costume, comida sempre faz um laço de lembrança com as coisas da minha história. Essa receita é uma tradicionalíssima do ilustre cookie canadense, aprendi lá e agora divido essa receita – essa lembrança – com vocês! O maior segredo do cookie é o chocolate em pedaços assado dentro da massa – que libera sua cremosidade dando a característica principal do cookie: fofo/cremoso por dentro e crocante por fora! Vamos a receita!

Abaixo a receita escrita, porém se quiser ver um video completo dessa receita, onde mostro detalhadamente todo passo a passo, só clicar aqui e ir lá no meu Instagram @rodrigo.vilasboas, o video fica no meu IGTV!

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Maiorzinhos e mais douradinhos!

Ingredientes:

  • 1 xícara e 1/4 de chá de farinha de trigo.
  • Meia colher de chá de fermento em pó
  • 1/4 de colher de chá de sal
  • Meia xícara de chá de açúcar mascavo
  • 1/4 de xícara de chá de açúcar cristal ou refinado
  • Meia xícara de chá de manteiga amolecida (100g)
  • 1 ovo
  • 1 colher de chá de baunilha
  • 1 xícara de chá de chocolate ao leite ou de 100g à 200g, o tanto é opcional (pode ser meio amargo se preferir) em pedaços pequenos (pode ser em gotas, quadradinhos, o formato tanto faz).

Modo de preparo:

O preparo dessas coisas fofas é bem rápido, então você já pode pré-aquecer o forno (à 190 graus) na hora que começar. Em uma vasilha misture a farinha de trigo, o fermento e o sal. Em outra vasilha (uma maior, pois nessa você vai bater a massa) coloque o açúcar mascavo, o cristal e a manteiga, bata com um fouet. Bata bastante, até a mistura ficar mais fofa e clara, nesse tom:

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Acrescente então o ovo e baunilha, e bata por mais uns 2 minutos. Acrescente a mistura dos ingredientes secos, e a partir desse momento ficará meio “duro” de mexer com o fouet, então use uma colher para misturar e ir “amassando a massa”, misture até todos os ingredientes estarem uniformes e então acrescente o chocolate, misture um pouco para espalhá-los bem pela massa.

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Unte a forma que irá usar para assar ou a forre com papel manteiga, e então vá fazendo bolinhas com a ajuda de uma colher e colocando na forma (deixe um espaço de uma polegada entre um e outro na forma – eles crescem um pouco, se fizer eles maiores deixem 2 ou mais polegadas de distância). Depois que por a bolinha na forma de uma achatadinha nela com a colher, para que eles fiquem em formatos bonitinhos de cookie:

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Você pode fazer as bolinhas do tamanho que quiser – eu prefiro os meus menorzinhos.

Você pode também, após terminar o preparo da massa, colocá-la em um papel filme e fazer um formato de cilindro, enrolar, deixar na geladeira por 1 hora e depois tirar da geladeira, abrir o papel filme e cortar o cilindro em rodelas de 1 cm – desse modo eles ficam mais redondinhos e certinhos (os maiores das fotos eu fiz assim, os menores fiz com a ajuda da colher mesmo). Asse por cerca de 10/12 minutos (antes de deixar dourar muito, para não ficar muito duro). Quando você tirar do forno estarão meio moles no meio – não se preocupe, é normal! Eles continuam o cozimento depois que são tirados do forno. Espere uns 4 minutos antes de tirar da forma e então tire e deixe esfriar – e aí tudo está pronto, lindo e bem gracinha! Aproveite!

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Assadinhos!

O que é e de onde vem o Crème Brûleé? Comida e história!

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Crème Brûleé para os franceses, Crema Catalana para os espanhóis ou Leite-creme para os portugueses. Com qualquer nome ou em qualquer lugar do mundo, amo esse doce e toda delicadeza que ele me faz sentir – tem coisas que a gente come porque o gosto é bom, mas também porque a experiência de comer produz alguma sensação valiosa, delicada, boa. Fazer e comer crème brûlée me transporta para um estado de apreciação do belo através de algo simples. Vou explicar melhor.

A primeira referência história sobre essa sobremesa foi encontrada no livro Nouveau cuisinier royal et bourgeois, do francês François Massialot, publicado em 1691. Brulée designa um termo para “tostado”, o que é a característica principal desse doce – que tem aquela casquinha caramelizada por cima. Há uma curiosidade: “brûlée” é um termo também usado para referir-se à pessoa de alto poder aquisitivo e esnobe, a expressão foi extraída do nome da sobremesa crème brûlée, por ela, na França, ter sido uma sobremesa elitizada durante muito tempo.

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No filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulin, de Jean-Pierre Jeunet, existe uma referência muito famosa à essa sobremesa, que ajudou ela a se popularizar no mundo todo. Na poesia do filme é dito que o ato de quebrar com uma colher a casquinha do créme brûlée pode produzir um prazer simples, delicado, que te ajuda a extrair poesia da simplicidade de seu cotidiano. Acho isso tão lindo, evoca coisas tão sérias sobre conseguir extrair dos atos simples marcas boas, que nos alimentem… Enfim, o filme em si é lindo e tem muito sobre essa poesia do simples, e responsabilizo ele em grande parte por esse meu amor ao crème brûlée.

A origem da sobremesa é controversa e suspeita: franceses, espanhóis e ingleses disputam sua origem. Na Grã-Bretanha, existe uma referência, de 1879, ao Trinity Cream ou Cambridge burnt cream. No Trinity College, Cambridge, o símbolo da universidade era marcado, com um ferro quente, sobre o açúcar da cobertura. Mas os franceses, como mencionei acima, tem registros anteriores a esse, então por hora a honra é deles.

Ovos, leite, baunilha e açúcar – basicamente ele é feito disso. Há vários modos de fazer a casquinha linda e marcante de cima, o maçarico é a forma mais comum hoje, mas alguns lugares colocam bebida alcoólica por cima e botam fogo, para uma caramelização meio com cara de espetáculo. E também tem o modo mais antigo, de fazer a casquinha com ferro quente (meu jeito preferido, na verdade).

Adoro a história e narrativas possíveis de qualquer alimento. Há traços em tudo que comemos que contam histórias, poesias, hábitos… Comida é assim. Agora se você ficou com vontade clique aqui e veja como fazer creme brulee! Eu ensino, e você nem precisa ter maçarico culinário! Vem que tem!

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Receita de Calda de Morango com Manjericão!

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Calda pronta (A minha eu gosto de ter pequenos pedaços do morango ainda perceptíveis).

Meu amor por manjericão já é sabido, é pleno. Essa combinação do aroma dele com morango ficou melhor do que eu poderia imaginar! Equilibrado e lindo! Daquelas que a gente faz e pensa “como eu não usei esses 2 ingredientes juntos antes?”. Os encontros dos ingredientes, suas possibilidades e surpresas (suspiros). Confira receita abaixo!

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Ingredientes:

  • Morangos cortados em pedacinhos pequenos (aproximadamente 2 xícaras de chá)
  • Um pouco menos que meia xícara de chá de açúcar
  • Água (aproximadamente 1/3 de xícara de chá)
  • Manjericão fresco a gosto

(As quantidades de ingredientes são relativas, siga essas quantidades aproximadas mas vá experimentando sua calda, se ver que quer mais liquida acrescente mais água, se não deixe reduzir mais, se quer mais doce coloque mais açúcar, etc. Coloque também a quantidade de manjericão conforme quer a presença dele – vá provando e deixe de seu gosto!).

Modo de preparo:

Coloque em uma frigideira todos os ingredientes e leve ao fogo. Misture apenas inicialmente os ingredientes para dividi-los bem na panela, depois pare de mexer. A calda será formada aos poucos – vá observando a consistência desejada, o momento de desligar é quando a calda chega no seu gosto de ponto e sabor. Tome cuidado com a altura do fogo, sempre de médio para baixo.

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Início do processo.

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Assim que inicia fervura.