Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 6/94: Brioche.

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia 0 post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 6/94:  Brioche. Obviamente foi emocionante fazer, uma aventura grande. Mas a receita não deu muito certo. Pensei em não postar, mas depois pensei de novo, e vi que fazia todo sentido postar. Tudo que é real tem um erro, umas muitas imperfeições. Esse projeto é real, eu sou real, e o brioche da foto é um brioche de uma experiência artesanal real que falhou um pouco. Se desse tudo certo sempre seria estranho. Eu preciso de mais alguns erros para conseguir fazer um brioche perfeito. Farei muitos brioches até acertar. A maestria só vem com repetir, errar, treinar. O erro é um presente muito lindo que precisamos de sabedoria para apreciar. No fim, fazer um brioche que deu errado foi tão importante e emocionante quanto fazer todas as receitas que deram certo. Aprender é um presente glorioso. Estou feliz e com vontade de fazer de novo um brioche, de ser mais preciso no movimento dos meus músculos ao amassar, mais atento aos ingredientes que escolhi, a temperatura, a tanta coisa que o erro me permite notar e penetrar com mais sensibilidade e prática. Eu sou grato ao erro nessa noite interessante que o brioche que não deu certo me proporcionou. Hoje eu só queria, novamente, agradecer. Talvez mais do que nunca.

Receita de croque de brócolis com purê de ervilhas frescas e brócolis.

Estrelando croque de brócolis e purê de ervilhas frescas. Escolher ingredientes frescos, cozinhá-los com cuidado e respeito, alimentar-se não só de comida, mas da experiência de transformar a natureza artesanalmente para suprir a si mesmo. Artesanal significa fazer com as mãos. Em tempos de alimentação tão industrial e “terceirizada”, de tanta falta de tempo, cozinhar é revolucionário. Não peça pizza hoje. Tenha pão fatiado, queijo, leite, manteiga, brócolis e ervilha e faça com suas mãos o que irá te nutrir hoje. É mágico.

Ingredientes do croque (para 4 croques):

  • 1 receita de molho béchamel, ou se gostar de muito molho, 1 receita e meia. Clique aqui e veja a receita do molho béchamel perfeito.
  • 8 fatias de pão – de fôrma, integral, brioche, o que preferir.
  • Queijo (umas 300g) do que preferir – eu gosto de usar gruyére, mas mussarela também fica bom. Rale o queijo, fica melhor usar ralado.
  • Mostarda dijon para passar no pão.
  • Manteiga para passar no pão.
  • Brócolis – mais ou menos metade de uma cabeça (é cabeça que fala gente? Enfim…)

Ingredientes do purê de ervilhas frescas com brócolis:

  • Umas 4 colheres de sopa de ervilhas frescas
  • Mais ou menos meia cabeça de um brócolis pequeno.
  • Um terço de uma batata doce grande
  • Umas 2 colheres de sopa de coentro picado
  • Uma colher de chá de manteiga
  • Uma colher de chá de azeite de oliva
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto
  • Leite o quanto bastar
  • 3 colheres de sopa de creme de leite

Modo de preparo do croque:

Enquanto prepara o molho béchamel (receita no link acima) deixe o brócolis cozinhando no vapor. Estando o molho pronto, prepare as fatias de pão: Toste elas em uma torradeira ou colocando no forno por alguns minutos. Não toste muito, apenas para criar uma superfície crocante, mas que continue macia por dentro. Após isso passe um pouco de manteiga e um pouco de mostarda dijon e todas as fatias (apenas de um lado de cada uma delas).

Agora vamos a montagem: Com as fatias prontas, com o molho pronto e brócolis cozido, é hora de montar: Pique o brócolis em pedacinhos bem miúdos. E monte na seguinte sequência: Uma fatia de pão, um pouco do queijo (gosto de ser generoso com o queijo), um pouco do brócolis, 2 ou 3 colheres de sopa cheias de molho béchamel, a outra fatia de pão (sempre com a parte que passou manteiga e mostarda viradas para dentro do sanduíche), por cima do sanduíche então já fechado coloque mais 2 ou 3 colheres de sopa de béchamel, e finalize com mais queijo por cima. Se quiser pode por também um pouco de queijo parmesão pra finalizar.

Faça o mesmo com todos os sanduíches e leve ao forno pré-aquecido a 200 graus por uns 15 minutos – ou até dourar o queijo de cima ao seu gosto.

Modo de preparo do purê:

Cozinhe a vapor o brócolis, a ervilha e a batata doce tudo junto. Cozinhe a batata cortada em pedaços pequenos e sem casca. Após cozinhar, coloque tudo em um processador ou liquidificador e acrescente todos os outros ingredientes (exceto o leite e creme de leite). Comece a bater e vá acrescentando leite aos poucos, até atingir a consistência desejada. Quando já estiver todo batido sem pedaços coloque o purê em uma panela ou frigideira. Leve ao fogo brando e então acrescente o creme de leite. Vá mexendo, verifique o sal, e deixe no fogo até aquecer o suficiente para servir e a consistência atingir o seu agrado.

Prontinho! Sirva juntos que será amor. Esse purê acompanha muito bem carne de porco também! Bon appétit!

10 de Maio – Dia do Cozinheiro.

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10 de maio – dia do cozinheiro. Cozinhar foi uma saída. Uma forma de encontrar uma reconciliação comigo mesmo, com o mundo natural, com minha cultura, educação, lembranças e histórias. Eu transformo ingredientes com minha alma e emoção desde que eu tinha 8 anos, e hoje, depois de tantos anos, cozinhar transformou minha vida – cozinhando eu me vejo com autenticidade. Cozinhar é um ato revolucionário na minha história. Eu sou muito grato por me relacionar com a natureza dessa forma, por conciliar e viver outras paixões na cozinha – na minha cozinha cabe um divã porque ela, assim como o divã, nos proporciona encontrar discursos “esquecidos”, adormecidos, mas que trazem significado ao que somos e nos reconecta a natureza que pertencemos. A gente se distancia de algumas coisas originais nossas nessa vida, por vários motivos, e cozinha é um dos hábitos que nos reaproxima de algo valioso, antigo, próprio. Eu sou – dentre tanta coisa que sou – cozinheiro, com minha alma e história. Com amor. Gratidão. 

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Na imagem, a mistura ainda não é recheio de quiche – ainda são elementos isolados buscando a forma de algo novo através da união de suas composições. Transformamos a natureza ao trabalhar ingredientes, cozinhar é uma obra, artesanal, delicada e intensa, que transmite no resultado final a alma do cozinheiro, seu momento emocional e possibilidade criativa pessoal – porque ele cozinha com suas mãos, lembranças e história. Cozinhar é relacionar-se intimamente com o mundo natural, com as culturas, com nossa essência. Cozinhar evoca, cativa. Fico feliz por abraçar a natureza cozinhando, por ser cozinheiro – mesmo que um amador, na minha possibilidade particular. Parabéns, cozinheiros e cozinheiras – transformadores que transformam ingredientes e ao mesmo tempo são transformados por eles.