Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 65/94: Ravióli de beterrabas. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 65/94: Ravióli de beterrabas. A cor da beterraba é um amor avassalador, doce e invasivo – entende quando um ingrediente nos transfere um sentimento assim? Pois é, pra mim a beterraba é sensual. Só que nesse ravióli ela é um amor um pouco mais inocente e não pretensioso, mas tão lindo… suave e bom. Essa massa recheada dessa coisa emocionante de beterrabas é boa mesmo. O molho de manteiga, dill e cenouras honestas pequenininhas é muito bom. O que a gente faz depois de comer isso se não agradecer? Não sei.

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Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 62/94: Sorvete de baunilha. Receita 63/94: Calda de chocolate. Receita 64/94: Profiteroles recheados de sorvete de baunilha com praliné e calda de chocolate. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 62/94: Sorvete de baunilha. Receita 63/94: Calda de Chocolate. Receita 64/94: Profiteroles recheados de sorvete de baunilha com praliné e calda de chocolate. Fazer um glace à la vanille – foi confortável e lúdico, por algum motivo lembrei da minha infância, das tardes de outras horas, às vezes doces, às vezes vazias. Enquanto esperava para mexer o sorvete de hora em hora tomei um chá, bem inglês, da minha latinha de chá preferida. Gosto de tomar chá durante as horas de espera. O sorvete ia ficando lindo e correto e eu ia ficando com um puta orgulho. To pensando se já senti tanto orgulho na vida quanto senti do meu glace à la vanille. O profiteroles deu muito certo, até me assustei de tão certo – às vezes a gente acredita pouco na potência do nosso fazer. A calda de chocolate também deu certo e deu um abraço em tudo. Estou pensando se já vivi uma tarde que deu tão certo. Nada contra quando dá errado, porque isso também é bom e  fundamental, mas é gostoso pra caramba quando dá certo, é bom. Dia de agradecer.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 44/94: Barriga de porco braseada lentamente com molho gribiche. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 44/94: Barriga de porco braseada lentamente com molho gribiche. Fiz essa receita ontem, em um dia inteiro na cozinha. Eu precisava gastar um dia todo só nela, isso é importante e me reconecta com tudo que ressoa em mim. Eu precisava também ouvir algumas músicas antigas enquanto temperava o porco, precisava tomar um gole do mesmo vinho que usei no tempero dele, precisava ir no meu quintal colher o alecrim que também foi para o tempero. Eu precisava esperar ele marinar por horas, depois assar por horas. Esperar e respeitar na cozinha o tempo das coisas sempre é uma lição valiosa sobre a velocidade massacrante do nosso mundo, a cozinha traz uma experiência de tempo diferente, e isso é lindo. Eu precisava também sentir o perfume absolutamente intenso que me emocionou profundamente quando tirei a barriga de porco do forno. E eu precisava escrever tudo isso, para registrar, agradecer, e lembrar pra sempre do meu dia inteiro na cozinha, inteiro em mim mesmo.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 42/94: Pão de ló. Receita 43/94: Zuppa inglese. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 42/94: Pão de ló. Receita 43/94: Zuppa inglese. Sobre o biscuit de Savoie, ou pão de ló (que está em pedaços compondo esse doce lindo), repito: Ovos, açúcar, farinha de trigo, rapas de limão, ar e fogo. Só. Você é capaz de ver a emocionante genialidade natural do mundo através do pão de ló? Caso não, espero que um dia seja. Cozinhar só é profundamente emocionante quando entendemos o que acontece de verdade na cozinha. Os ingredientes, os elementos naturais, nossas mãos e a gente total, a cozinha transforma tudo isso e revela milagres a todo segundo, revela a orquestra perfeita que o mundo natural é. O pão de ló crescendo no forno me fez pensar nisso. O Zuppa inglese (um doce primo do tiramisù) foi um presente em uma semana em que o tema é liberdade, porque ele é um doce leve e livre, com o gosto leve que a vida deveria ter se a diversidade humana fosse naturalmente aceita. O mascarpone que vai na receita eu fiz em casa, e como sabemos, fazer em casa também é libertador. Enfim,  hoje eu só queria, com muita liberdade, novamente agradecer.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 41/94: Sorvete de doce de leite com crocante de erva-doce.

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 41/94: Sorvete de doce de leite com crocante de erva-doce. Eu não tenho máquina de sorvete, fiz na mão. Acho que o da máquina fica diferente, mas foi bom fazer na mão. Por algum motivo eu acho interessante e inspirador fazer as coisas com poucos recursos. Ter que criar um meio, dar um jeito de fazer o que tem que ser feito quando algo está faltando. Ter tudo que se precisa sempre e não ter que lidar com falta nenhuma empobrece um pouco a gente. Nada contra máquinas de sorvete, só estou pensando no quanto às vezes é gratificante se virar e fazer acontecer mesmo diante da falta. Após mexer de tempo em tempo e observar de muito perto a transformação da mistura, vi o meu doce de leite feito com tempo longo virar um sorvete incrível que trouxe uma alegria longa, que dura até agora. O crocante de erva-doce foi uma alegria extra e ficou lindo, cheiroso e bom. O gosto de tudo isso junto deixou uma marca – a cada colherada eu pensava nisso que fiz em casa, com pouquíssimas coisas, com muito tempo, disposição e via criativa. Transformar ingredientes transforma a gente, sempre deixa recados importantes. Muita gratidão. Que eu entenda todos os recados.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 28/94: Chiaccere. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 28/94: Chiaccere. Não postei ontem porque não consegui parar um momento para escrever como tem que ser escrito esses posts: com tempo e espaço suficiente para poder pensar e dizer de verdade sobre o afeto e marca de fazer a receita. Ontem o dia estava cheio de pessoas, algumas delas estavam aqui em casa e compartilharam comigo o chiaccere – ele é realmente muito bonito de compartilhar – Primeiro compartilhei o tempo que gastei para fazê-los com as pessoas queridas que estavam comigo na cozinha. Depois compartilhamos o chiaccere juntos, com conversas em volta da mesa, com café, chá, risadas, desabafos e perguntas sobre as coisas engraçadas e difíceis da vida. Então o chiaccere acabou, mas ficaram as memórias de uma tarde compartilhada, vivida junto, que teve marcas valiosas, que tem junto delas o gosto do chiaccere. Cozinhar no meio de laços, com tempo e partilha é assim, marcante e significativo. Crocante e com o perfume da erva-doce e das raspas de limão. Simples, tão simples de fazer e me deu tanto de presente – porque tardes como essa não tem preço. Agradeço o chiaccere, o tempo que ele tomou e as pessoas que tive ao meu lado que ele foi uma desculpa para unir e gastar tempo junto.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 27/94: Romesco de peixe com batatas. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 27/94: Romesco de peixe com batatas. Faz 3 semanas que não posto a receita da semana do projeto de gratidão. Eu estava num outro canto do mundo e não tinha uma cozinha ou tempo suficiente para cozinhar as receitas, tive que pausar. Mas agora é hora de voltar. Depois de longos e lindos 20 dias eu me debruço mais uma vez na cozinha e, ainda embaraçado nas memórias de uma viagem cheia de marcas fortes, cozinho. Cozinho o peixe, o molho, as batatas, com sentimentos de saudade, desejo, planos, detalhes de angústia e apertos, mas muita vida. Estava ali, tudo isso na cozinha junto comigo. Achei tão lindo a Paola no livro pedir para as batatas serem descascadas com cuidado, torneadas para ficarem lindas. Fiz o meu melhor para que ficassem. As batatas foram tratadas com muito carinho. Esse prato é lindo e bom. O modo como pude visitar meus sentimentos desses dias enquanto cozinhava, reencontrando o feito de minhas mãos, a natureza e meu modo de oração, também é lindo e bom. A cozinha, especialmente esses dias, é um divã, um colo que consola mas que ao mesmo tempo revela muito de nós a nós mesmos. Lembrando que o objetivo desse projeto é fazer, sentir algo enquanto faz, pensar em gratidão e compartilhar essa experiência toda. Então, isso tudo veio da minha cozinha essa semana, de mim, e do Romesco de peixe com batatas. É importante agradecer, e deixar a vida fluir. Tudo flui. Obrigado.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 25/94: Aïoli.

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 25/94: Aïoli. Na verdade eu ia postar hoje uma receita que o Aïoli era só acompanhante, seria um post de 2 receitas e ele seria uma receita secundária, mas eu decidi que hoje queria falar só de Aïoli e dar um post só pra ele, porque ele não foi coadjuvante. Ele foi incrível e nos conduziu para uma viagem amorosa no paladar.  Ele abraça qualquer coisa que se envolve nele e a torna linda e fascinante, a torna boa, boa pra caramba, boa à beça. A vontade que fica é de fazer Aïoli todo dia, pra sempre. Fazer do jeito que eu fiz hoje: com o entusiasmo de quem faz um jantar carinhoso para a família, com ovos das galinhas felizes e livres do sítio da minha madrinha que ela me trouxe de presente e com o afeto que nos rodeia quando fazemos algo cheio de memória afetiva sobre o gosto lindo que esse algo tem. Esse deve ser um bom jeito e contexto de fazer Aïoli, porque ele ficou emocionante e eu não consigo esquecer o gosto dele nunca mais. Obviamente, hoje eu novamente só queria agradecer. Então, obrigado.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 24/94: Bruschetta de abobrinhas, menta e pecorina. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e veja o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 24/94: Bruschetta de abobrinhas, menta e pecorino. A sutileza da abobrinha crua, a ousadia elegante do limão siciliano e do hortelã – tudo isso em cima da sensualidade de um pão tostado com calor, energia e vontade. É mais do que um contraste de texturas – esse prato é um contraste de sensações importantes e opostas que de vez em quando estão juntas e criam uma cena perfeita. Abobrinhas num pão tostado. Um se desmonta com mais facilidade na boca, o outro pede mais energia e força. Quando os dois estão juntos, na mesma boca, é mágico e completo. Quase um conto erótico de tão intenso. Fazer esse prato e experimentá-lo foi se conectar com sensações fortes e delicadas ao mesmo tempo. Ele é tão simples de fazer e proporciona um sabor que conta alguma história muito complexa e cativante, de elementos diferentes que se complementam. Essas bruschettas foram a entrada da minha noite e já acabaram, só não sei quando termina essa sensação que elas deixaram. Obrigado natureza, obrigado abobrinhas, pão, ovelhas pelo queijo, e à todas as mãos que plantaram, cuidaram, colheram ou fizeram esses ingredientes que construiram, também com minhas mãos, essa experiência forte. Hoje eu só queria agradecer.

Gratidão de todas as sextas. Cozinhando as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de Paola Carosella. Receita 23/94: Celli ripieni. 

Sexta-feira, dia do projeto “Gratidão de todas as sextas” – Cozinhar todas as 94 receitas do livro “Todas as sextas”, de @paolacarosella (Esse projeto tem um porque, clique aqui e leia o post que publiquei dia 11/11/16, explico lá tudo com todo meu coração). Receita 23/94: Celli ripieni. Uma massinha crocante e aconchegante recheada com um doce de uva bem bonitão que tem nozes torradas dentro. O gosto das nozes depois de serem torradas faz toda diferença – o calor ativa, intensifica e confere alma nova as coisas. Eu gosto de coisas que podem se transformar através de sua própria composição e continuar ao mesmo tempo sendo elas mesmas, mas com algo novo. Dentro das coisas (dentro de nós) está contido um poder de transformação e sabor novo. A vida muda quando notamos isso. Lavar as uvas, separar, ferver, fazer o doce, a massa, esperar, modelar, assar. Minha tarde quente de verão no meu país tropical ficou agitada e bonita com essa receita. Acho que minha massa não ficou perfeita, deu certo trabalho pra fechar, mas tudo bem, a tarde foi linda, agitada e viva, e ficou uma delícia. Hoje eu só queria agradecer.