Quando e porque a cozinha é um divã?
Primeiro precisamos definir o que é um divã: É um instrumento de trabalho do psicanalista, uma espécie de sofá no qual o paciente fica em uma posição inclinada e sem contato visual com o analista, o que promove um relaxamento diferente e facilita o acesso a seus conteúdos emocionais. No divã o paciente entra em contato consigo mesmo, com seus afetos, complexos, história e marcas pessoais.
Agora pergunto: Faz algum sentido dizer que a cozinha é um divã? Faz algum sentido dizer que há afetos que surgem e são elaborados na cozinha? Faz sentido conectar cozinha com expressão emocional, artística, cultural e filosófica? Faz total sentido, e é sobre isso que escrevo aqui o tempo todo – Sobre alimentos promovendo experiências sensoriais que nos emocionam e nos movem, sobre a transformação da natureza por nossas mãos, sobre os movimentos da própria humanidade conectados ao ato de cozinhar. O modo como nos relacionamos com nossa alimentação diz muito de nossa configuração social e subjetiva atual.
O blog te mostra o divã que existe na cozinha, assim como outras tantas coisas que podemos achar nela: Cinema, história, poesia, sociologia, psicologia, literatura e contato com o mundo natural. As receitas que divido são possíveis de realizar em casa, te incentivam a cozinhar artesanalmente e construir uma experiência plena, são mais práticas que esse texto todo e sempre tem poesia dentro – Existe poesia no que se faz na cozinha, existe a chance de cozinhando encontrarmos um dia diferente, um dia melhor. Cozinhar pode ser revolucionário.
E eu sou o Rodrigo – quem escreve tudo por aqui. Sou um psicólogo que encontrou na cozinha parte de sua própria terapia, notando o prazer discreto entre uma panela ou outra. Amo arte, psicanálise, neve, filosofia, Paris, banana e manjericão. Desde criança, encontrei na cozinha uma conexão com a natureza, com minha história, cultura e afetos – hoje sei o quanto ao cozinhar transformamos ingredientes e podemos também ser transformados por esse contato com eles.
A cozinha é lugar de criação, revelação e elaboração emocional, onde nossa identidade é expressa em uma produção, onde deixamos marcas, construímos experiências genuínas ou simplesmente só um lugar onde nos divertimos um pouco, onde vivemos uma horinha gostosa despretensiosa – cada um encontra na cozinha o que lhe faz sentido encontrar – Afinal, existem mais mistérios e narrativas entre o ovo frito e o foie gras do que pode imaginar nossa vã filosofia.
Estou feliz por você ter lido isso, seja bem vindo! 🙂
Gostei muito do seu blog. Parabéns. 😀
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Muito obrigado!! Fico contente por você ter gostado! Qualquer dúvida estou à disposição! 🙂
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Me sinto tão representado pela sua paixão com a cozinha! E onde eu não encontro em mim palavras poéticas sobre esse amor, descubro na sua escrita tudo aquilo que eu gostaria de falar.
Muito obrigado.
Que essa paixão continue sempre acesa.
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Caraamba, como me identifiquei com o que li aqui, Rodrigo! Estudo Psicologia e sou um apaixonado por culinária, principalmente a minha, nordestina ^^
Obrigado pelas suas produções neste Blog,
um abraço! 😀
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Oi Felipe! Que bacana que achou sentido nas coisas por aqui! Fico muito feliz! Espero que possa continuar navegando nas reflexões que o blog convida e vendo algo de significativo nisso! Um abraço e obrigado pela presença!
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