Como ver uma aurora boreal na Noruega, na cidade de Tromsø!

O contato com a grandeza do mundo natural me alimenta, eu realmente preciso disso para me sentir parte do todo, para fazer sentido estar aqui. Realizei o sonho de ver mais uma manifestação genuína da força do universo: uma aurora boreal. No extremo norte da Noruega, eu senti uma honra incalculável de estar nesse mundo, nesse tempo, nesse plano. Foi uma das coisas mais lindas que eu fiz nessa vida, só pelas auroras já valeria pena, mas a Noruega no inverno tem uma mágica que fez a experiência toda ser marcante de muitas formas!

Nesse artigo conto em detalhes tudo sobre como ver uma aurora boreal na Noruega, mas no meu Instagram @rodrigo.vilasboas tem um video completo da minha caçada as auroras – clique aqui para ver.

Esse mesmo video está no Youtube, esse aqui ó:

O que são auroras boreais:

A aurora boreal é um fenômeno que resulta do impacto dos ventos solares com o campo magnético do planeta, que ocorre no polo norte da terra. Além de emitir luz, o Sol também emite os ventos solares, que estão repletos de partículas subatômicas carregadas de energia. Chamadas de plasma, essas partículas provocam o fenômeno de luz quando entram em contato com os campos magnéticos dos polos. Essas “Luzes no norte ou luzes polares” (como também são chamadas) foram batizadas de “auroras boreais” por Galileu Galilei, em referência à deusa romana do amanhecer, Aurora, somada à referência ao deus grego representante dos ventos nortes, Bóreas. O fenômeno não é exclusivo do planeta Terra, sendo também observável em outros planetas do sistema solar, como Júpiter, Saturno, Marte e Vênus.

Onde ver uma aurora boreal e porque escolhi a Noruega:

A aurora boreal acontece apenas no polo norte do planeta (no polo sul temos o mesmo fenômeno, mas lá é chamado de “aurora austral”). Os lugares onde se pode ver uma aurora boreal são: Noruega, Suécia, Dinamarca, Alasca, Finlândia, Escócia, Rússia, Islândia, Groenlândia e Canadá. Eu escolhi a Noruega porque queria juntar essa aventura com uma experiência em um país escandinavo – e amei fazer isso na Noruega! Um país que vale muito a pena. Depois de pesquisar, também vi que as cidades norueguesas do norte ofereciam estruturas muito boas, completas e seguras para ver o fenômeno – isso foi decisivo pra mim, porque ir para um lugar sem muita estrutura no extremo norte do mundo, pode ser perigoso para um viajante desavisado sobre as particularidades naturais do ártico. E escolhi, na Noruega, a cidade de Tromso. Há voos de Oslo (capital norueguesa) direto para lá, foi o caminho que fiz, onde aproveitei para ficar 3 dias em Oslo e conhecer a capital charmosa do país.

A cidade de Tromsø:

Conhecida como a “Paris” escandinava, é uma cidade pequena, charmosa e cheia de encantos! Foi um combo de amor profundo escolher ela para ir atrás da minha aurora. A cidade tem uma gastronomia linda bastante inspirada pela pesca do norte norueguês. Fica numa ilha que apesar de ser quase no fim do mundo, é muito organizada e tem uma estrutura ótima – aeroporto ótimo, transporte público pontual e impecável e muito segura. Além das auroras e do charme da própria cidade, Tromso oferece várias outras experiências árticas – observação de baleias em passeios de barco, passeio com os cães puxando trenó, e outras aventuras como escalar montanhas e explorar as ofertas naturais impressionantes da região. Não escolheria outro lugar, indico demais, me encantou de mais jeitos do que posso descrever. E acontecem tantas auroras na região que entre 21h e 23h (horários em que mais se pode vê-las) é legal ficar de olho no céu, alguma aurora (mesmo que fraquinha ofuscada pelas luzes da cidade) pode ser vista, na cidade mesmo.

Tromso do alto, na luz baixando com a lua brilhando ao fundo.

Melhor época do ano para ver auroras na Noruega:

Visando o céu e clima mais propício para que consigamos ver as luzes lindas dançarem no céu, a época mais indicada é entre setembro e março. Há um fenômeno muito interessante sobre Tromso: o sol se põe em 27 de novembro e volta a ser visto em meados de janeiro – nesse período, a luz do dia surge cerca de 2 horas por dia apenas, e aparece como uma luz fraca de fim de tarde, que clareia um pouco, mas logo escurece de novo, são 22 horas de noite por dia (uma noite meio clara, ainda mais se tiver lua, mas ainda assim, noite). Viver isso foi uma experiência emocionante, parecia outro mundo!

Vista da minha hospedagem em Tromso

Caçar auroras sozinho ou ir com uma agência?

Há pessoas que alugam carros e saem sozinhos pela região polar para caçar auroras – deve ser uma experiência linda também, mas apenas se você souber lidar com as adversidades do ártico. Durante o inverno, o clima pode ser bem agressivo, com nevascas, estradas cobertas de gelo e neve, também há animais selvagens que vivem nos extremos (onde normalmente se vai para ver auroras) e as temperaturas podem ser bem baixas, além da geografia do lugar (no Noruega há os fiordes (pedaços de mar entre as montanhas formando várias ilhas) que torna as estradas um certo desafio para inexperientes. Além disso, contar com especialistas que sabem de fato “caçar” auroras e te levam para a região mais provável de visão, aumenta muito suas chances de vê-las. Pra mim valeu muito a pena escolher uma agência de confiança com um serviço completo!

A agência que escolhi e porque – Tudo sobre a Wandering Owl:

A Wandering Owl foi a agência com serviço mais completo que encontrei – as caçadas são feitas por especialistas em ir atrás das melhores condições para ver a aurora, gente que sabe o que faz. O preço deles está na média, achei ótimo por tudo que oferecem. O passeio é em um grupo pequeno, o que torna a experiência mais intimista e gostosa. Uma refeição está inclusa (achei isso o máximo, eles servem sopas caseiras feitas com ingredientes e hábitos da região, é uma experiência ártica completa! Conto detalhes abaixo), também fornecem todas as roupas e equipamentos para lidar com temperaturas baixas. E algo que amei: há um fotógrafo profissional que garante fotos lindas nossas com as auroras (porque câmera de celular não tira aquele fotão bonito com elas), e se você tem câmera profissional, eles te ajudam a ajustar para captar a melhor imagem possível do fenômeno – muito completo mesmo! Cuidam de todos os detalhes! E Já vou contar tudo sobre a caçada, mas antes, se liga nisso:

Consegui para meus leitores uma vantagem bacana – se escolherem fazer o passeio de aurora boreal com a Wandering Owl Tromso, no momento da compra pelo site você pode usar o cupom RODRIGO10 e assim terá 10% de desconto. O cupom fica válido até 2022 e serve para compra de qualquer tour deles. Clique aqui para acessar o site deles com todas informações.

A caçada:

Depois de escolher o país, a cidade e a agência, é só ir viver sua aventura. A agência marcou um ponto bem fácil da cidade para o encontro, às 18h do dia que escolhemos. Chegamos lá uns minutos antes e logo nosso mini bus preto chegou. O guia gentilmente se apresenta e chama todos os nomes, não tem erro. A partir daí, entramos no mini bus e começamos a aventura. O guia nos conta alguns detalhes sobre o tempo, as condições de clima e temperatura, para fazer com que a gente se aproprie da experiência que estamos vivendo, achei isso bem legal.

Seguimos viagem, rumo ao lugar que naquela noite, com base nas pesquisas deles, o céu estaria nas melhores condições para ver a aurora (eles ficam olhando o céu e consultando informações o tempo todo, para ir decidindo a direção). Depois de cerca de 1 hora e meia fizemos uma parada para ir ao banheiro, em um posto de conveniência, e então seguimos. Quando chegamos em um ponto na fronteira da Noruega com a Finlândia, foi decidido o lugar onde faríamos acampamento para esperar a aurora surgir. Descemos no mini bus e então os guias entregaram roupas térmicas (algumas pessoas já tinham suas próprias, eu usei a deles): um macacão que te cobre todo e botas para caminhar na neve. A roupa deixa a gente protegido e bem confortável quanto ao frio.

Viking glow pop – risos. A roupa é fundamental para o conforto na temperatura super baixa.
Olha onde estávamos – Fronteira da Noruega com a Finlândia.

Paramos o mini bus na estrada e fomos montar acampamento em um campo ali perto, é uma caminhada emocionante, vamos andando na neve (que pode afundar bastante, uma hora pisei e afundou até o joelho), o guia vai na frente para ir traçando caminho seguro. Chegando no lugar, mais afastado da estrada, montam o acampamento. Eles acendem uma fogueira pra ajudar a aquecer – achei MUITO legal isso! Aquele lugar, aquele vento, aquela força do mundo natural e uma fogueira acesa – é como se isso nos conectasse com algo de ancestralidade, é uma emoção inexplicável.

Esperando as luzes – na ancestralidade da fogueira.
Fogo aquecendo – na força do mundo natural.

Enquanto a gente esperava a aurora, conversávamos. Os guias estão sempre abertos a perguntas. É uma situação linda de viver, aquele meio do nada a sua volta e apenas um grupo pequeno de pessoas… me arrepiei várias vezes.

A câmera noturna captando melhor a paisagem escura. Olha isso! Eu estava deitado…

Em determinado momento servem uma sopa caseira, que tem algumas opções de sabores (que você escolhe previamente, assim como o tamanho das roupas térmicas que distribuem -é uma experiência bem personalizada). Eu escolhi de rena, e foi tão mas tão legal, ali, naquele lugar, tomar uma sopa caseira, ainda de rena… uma experiência ártica completa!

Sopa de rena – uma experiência ártica completa!

Também serviram cookies e um chocolate quente vegano delicioso, desses que são um aconchego mágico no frio.

O aconchego do chocolate quente? Também tivemos!

E então ela veio, quando surge, é uma explosão de ânimo em todos! Todos ficam emocionados, apreciando aquele fenômeno mágico do mundo natural.

A emoção de ver isso pessoalmente… nunca teremos palavras suficientes.

As auroras nessa noite vieram tímidas, mas foram suficientes para nos emocionar. No momento em que surgem o guia/fotógrafo já começa o registro e tira fotos de todos, a nossa foi essa:

Ver uma aurora boreal, nesse lugar do mundo, numa experiência construído dessa maneira, cravou uma memória sem prazo de validade no meu coração. Nunca vou me esquecer dessa noite. A força do mundo natural me emocionou de uma forma que me fez sentir uma gratidão enorme por fazer parte desse mundo, plano, tempo e espaço.

Após a primeira aparição, esperamos mais um tempo, mas elas não voltaram mais aquela noite. Então em torno de 00h/1h voltamos – mas antes, fomos até a Finlândia! Estávamos tão perto da fronteira que os guias levaram a gente lá, pra pisar em solo finlandês um pouco.

Depois voltamos ao centro da cidade, e fomos descansar, maravilhados, gratos e felizes.

Vista da sala da hospedagem. Acordei de madrugada várias vezes só pra ficar olhando essa janela vários minutos.

É isso! Está pensando em viver esse sonho? Qualquer dúvida sobre essa aventura, me escreva, você receberá resposta! Se demorar por e-mail, manda direct no Instagram! @rodrigo.vilasboas

Logo terá mais posts sobre o que mais fazer em Tromso além de ver auroras, sobre a gastronomia norueguesa e muito mais! Aguardem!

Antes de dar tchau, queria dar uma dica:

Como ir do aeroporto de Tromso até o centro da cidade – pois tive dificuldades para achar essas informações, e pode te ajudar muito. Quando você chega no aeroporto, tem que pegar um ônibus para ir até o centro da cidade, e há 2 opções: Os vermelhos, que você pega na porta do aeroporto, onde as linhas 903 e 904 vão para o centro. Eu peguei o ônibus azul e branco (que são os de linha normal, mais baratos). Peguei a linha 24, que ia até o centro da cidade. Para pegar esse, fiz assim: ao chegar, você sai do aeroporto e atravessa o estacionamento que está bem em frente, chegando no outro lado do estacionamento tem uma rua com ponto de ônibus já bem visível. Atravesse a rua para pegar o ônibus sentido centro, que é do outro lado. Do lado do ponto tem uma maquininha que você pode comprar o ticket unitário, aceita cartão. O ônibus passa com frequência, tem um painel no ponto dizendo em quanto tempo o próximo chega. Dentro do ônibus há um painel anunciando cada parada, escrita, para você saber certinho onde tem que descer. Clique aqui e veja um site maravilhoso que achei, você coloca lá o ponto de partida (esse ponto do aeroporto se chama “Flypassen”) e seu destino final, que ele diz qual ônibus que você tem que pegar e o trajeto certinho.

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Menu completo para o dia dos namorados: Entrada: Brusqueta de salmão defumado. Principal: Risoto de limão siciliano e salmão à moda oriental. Sobremesa: Brownie.

Menu completo para o dia dos namorados! Receita de 3 pratos fáceis e mega acessíveis pra mostrar que qualquer um pode impressionar fazendo um jantar lindão. Cozinhe nesse dia dos namorados, dê seu tempo de presente. Pra mim, cozinhar para alguém, entregando tempo e dedicação (as coisas mais valiosas que temos), é o melhor jeito de amar e se conectar. Esse menu lindo foi desenvolvido junto com a Mundial Hercules , construindo essa possibilidade mara de jantar bem good romance, veja: Entrada: Brusqueta de salmão defumado com chantilly salgado. Principal: risoto de limão siciliano com salmão à moda oriental. Sobremesa: Brownie emocionante. Confira a receita do menu completo abaixo!

Brusquetas de salmão defumado

Ingredientes:

  • Um pão italiano
  • 2 pacotes de salmão defumado
  • 250 ml de creme de leite fresco
  • Sal à gosto
  • Endro (Dill)
  • Suco de 1 limão siciliano
  • Raspas do limão siciliano

Modo de preparo:

Tostar o pão no grill ou frigideira com azeite, passando um alho partido nas fatias. Bater o creme de leite em ponto de chantilly firme, colocar sal, o suco do limão, as raspas do limão e o endro. Colocar sobre o pão tostado o creme, o salmão defumado e finalizar com salsinha ou pimenta rosa.

Risoto de limão Siciliano

Ingredientes:

  • 2 xícaras (chá) de arroz para risoto
  • ½ xícara (chá) de suco de limão siciliano
  • 2 colheres (sopa) de raspas de limão siciliano
  • 3 colheres (sopa) de manteiga
  • ½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado
  • 1,5 litros de caldo de legumes
  • Azeite para fritar
  • 1 cebola picada
  • 180 ml de vinho branco

Modo de preparo:

Refogue a cebola no azeite e em 1 colher de manteiga até ficar transparente. Acrescente o arroz e envolva com a cebola refogada. Coloque o vinho branco e mexa até evaporar. Acrescente o caldo de legumes, aos poucos, sem parar de mexer. Conforme for secando o caldo acrescente mais um pouco. Um pouco antes de ficar al dente coloque o suco do limão siciliano e repita o procedimento com o caldo até que o arroz esteja al dente. Coloque o parmesão ralado e o resto da manteiga (que é à gosto, pra mim quanto mais manteiga, melhor). Mexa até incorporar e finalize com as raspas do limão siciliano.

Salmão à moda oriental

Ingredientes:

  • 500 gr de salmão em postas
  • 1 pimenta dedo de moça
  • 1 colher de sobremesa de gengibre picado
  • 7 colheres de sopa de molho de soja
  • 2 colheres de sopa de açúcar
  • 1 colher de sopa de óleo de gergelim
  • 1 colher de sopa de saquê

Modo de preparo:

Misture todos os ingredientes ao salmão e deixe marinar por 30 minutos. Frite com um fio de azeite na frigideira ou grill (a Hércules tem uns mara). Deixe no ponto de seu gosto. Sem deixar secar demais!

Brownie 

Ingredientes:

  • 200 gr de manteiga
  • 300 gr de chocolate meio amargo
  • 360 gr de açúcar
  • 4 ovos
  • 65 gr de farinha de trigo
  • 80 gr de cacau em pó

Modo de preparo:

Bater os ovos com o açúcar, adicionar e misturar o cacau em pó e o trigo. Em uma panela derreter a manteiga, adicionar o chocolate meio amargo para derreter junto. Depois misturar os 2 preparos para virar uma coisa só. Levar para assar em forno à 180 graus por 25 a 30 minutos.

Ame cozinhando e bon appétit!

Presente carnavalesco – 2 receitas charmosas que te ajudam com a ressaca: Cuca alemã de banana e mousse francesa de chocolate!

 

É fevereiro, tem carnaval, mas também tem ressaca, e eu estou aqui para te ajudar a sambar na cara dela. Sabia que existem alimentos que ajudam à combatê-la e devolvem sua alegria carnavalesca? Pois eu decidi dar pra vocês um presente de carnaval: 2 receitas desblonde que ajudam a combater a ressaca com muita elegância: Cuca alemã de banana e mousse francesa de chocolate, em uma edição especial com um toque de azeite de oliva extravirgem – o excesso de bebedeira diminui o potássio do organismo e a banana, gentilmente, ajuda na reposição. O chocolate (assim como doces no geral) ajuda a quebrar aqueles sintomas chatos equilibrando a quantidade de açúcar no sangue. O azeite ressalta lindamente essas duas receitas – e aliás, você sabia que tomar uma colher de azeite antes de beber diminui o ritmo de absorção do álcool? Pois é. Claro que você tem que se hidratar e tomar outros cuidados, as receitinhas são só um jeito carinhoso de repor no seu organismo algumas coisinhas que ele perdeu na folia. Enfim, nesse carnaval, adocica sua vida, meu amor, adocica…

Para ver a receita da Cuca alemã de banana, clique aqui – e para fazer do modo especial que mencionei acima, com um toque de azeite, você só precisa acrescentar 4 colheres de sopa de azeite de oliva extravirgem no mesmo momento que acrescenta a manteiga, e antes de assar, colocar alguns fios de azeite por cima.

Para ver a receita da mousse de chocolate francesa, clique aqui – e para fazer do modo especial que mencionei acima, com um toque de azeite, é só acrescentar 3 colheres de sopa de azeite de oliva extravirgem no chocolate com a manteiga, logo após finalizar o derretimento dele, antes de acrescentar as gemas.

Como fazer caldo de peixe com cabeça e rabo (para usar em risottos e outros cozimentos). 

É realmente muito lindo usar tudo do animal. Às vezes acho que é o mínimo que podemos fazer para dar à eles o destino mais digno possível. Em uma panela coloque ervas e alguns legumes que você goste (eu gosto aqui de erva-doce, alho-poró e cebola branca), coloque um pouco de sal e acomode com respeito e carinho a cabeça e o rabo de um peixe fresco. Coloque água, leve ao fogo e quando ferver cozinhe por 25 minutos em fogo baixo. Depois é só coar para ter um caldo maravilhoso de sabor lindo – bom para tantas receitas, como risotto, cozimento de peixes e outras carnes, sopas, enfim. Sempre antes de jogar algo fora se pergunte se aquilo não pode virar algo bom, sua vida muda quando você olha para as coisas assim. As coisas podem ser boas da cabeça até o rabo, eu realmente acho. Paola Carosella também acha e acho que ela tem me inspirado a achar ainda mais. Enfim. Leiam “Todas as sextas”.

Alimentos que ajudam a combater a ressaca

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Muito comum em um domingo de manhã, ou num pós-carnaval, sair na sua cozinha caçando coisas para comer/beber que ajudem a aliviar aquele mal-estar por conta dos exageros com álcool do final de semana e folia. Há alimentos que podem ser grandes amigos nessa hora e ajudar a aliviar a popular “ressaca”. Comer é ato que transforma nossa composição, é a maneira de dar as ferramentas que nosso corpo precisa em determinadas situações e trazer harmonia ao organismo. Pensar no que você come é sempre inteligente e pode te trazer várias saídas.

Além de beber muita água (essa é necessária e melhor remédio para ressaca, independente de qualquer outro meio) e de tomar um chá de boldo (ele tira a sensação de enjoo que algumas pessoas sentem após o excesso de álcool), existem alguns alimentos que podem contribuir para o processo de recuperação do organismo.

O site “El Pais” publicou uma lista de alimentos que ajudam a combater a ressaca, confira!

  • Leite: Rico em cálcio, alivia a gastrite provocada pelo álcool e contém vitamina B5 (muito benéfica nesse caso). O iogurte natural faz o mesmo efeito que o leite no tratamento da ressaca.
  • Sanduíche de bacon: Isso mesmo! Tanto o carboidrato do pão quanto a contribuição do bacon para as proteínas ajuda a cuidar do organismo com ressaca, promovendo alívios e maiores sentimentos de bem-estar.
  • Banana: O consumo de álcool diminui a quantidade de potássio no sangue, e esse alimento pode ajudar muito a equilibrar essa situação e aliviar sintomas chatos.
  • Ovos: Inclua isso no seu café da manhã pós-ressaca! Rico em várias vitaminas, principalmente a B6, ajuda na recuperação do organismo.
  • Suco de laranja: No geral, todo liquido é bem-vindo para tratar a ressaca! Especialmente a laranja, pelo seu alto nível de vitamina C, ajuda o fígado a metabolizar o álcool.

Veja mais alimentos acessando a matéria completa clicando aqui.

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Sobre figos – O que são, de onde vem e porque alguns vegetarianos não o comem. 

Ficus carica. Figo. A flor invertida da figueira – As figueiras florescem diferentes, suas flores se abrem dentro de uma vagem em formato de pera, que mais tarde, amadurece e vira o fruto emocionante que comemos. O figo é, então, uma flor introspectiva, misteriosamente guardada, que nasce pra dentro e não se revela. O nascer do figo é uma poesia.Originário de onde hoje é a Turquia, foi na antiguidade levado para Grécia, depois Itália, Espanha e Portugal – chegando até nós através da colonização. É consumido há muito tempo pelo homem, possivelmente desde a Idade da Pedra. Já foi fruto simbólico dos celebrações ao deus Dionísio na Grécia Antiga, veja vocês. Além de tudo isso, você sabia que o figo é o berço da reprodução de vespas que constroem com o figo uma relação de mutualismo? Alguns vegetarianos nem o comem por isso. Essa florzinha turca constrói ciclos importantes e é muito polêmica.

O figo é um pouco vespa-do-figo.

Como eu disse, os figos são flores diferentes, que abrem para dentro, então precisam ser polinizadas de uma maneira especial (pois o vento e as abelhas não podem transportar seu pólen, como em flores comuns). É a vespa que faz esse processo no figo.

Existe o figo masculino e o feminino – o que comemos é o feminino. As vespas fêmeas penetram o figo masculino (que tem um formato especial para acomodá-las) para depositar seus ovos. Quando ela penetra numa pequena passagem as asas e antenas delas quebram e caem, desse modo, depois que entra ela jamais sairá.

A partir daí, as vespinhas dos ovos que levarão o ciclo da vida adiante. As vespas machos nascem sem asas, pois sua única função é acasalar com as fêmeas (suas irmãs) – as que sairão depois dos figos (elas sim tem asas) levando o pólen com elas.

Quando uma vespa-do-figo penetra por acidente um figo feminino (aqueles que comenos) ao invés do masculino, não há espaço para ela se reproduzir – ou seja: ela penetra ele a toa, perde as asas e não pode mais sair de lá. Então ela morre lá dentro sem completar seu ciclo e transporte do pólen que nos proporciona o figo.

Quando esse acidente acontece o figo usa uma enzima chamada ficina para decompor a vespa em proteínas. Desse modo não mastigamos esqueletos de vespas, porém às vezes a enzima não decompõe o exoesqueleto inteiro.

Considerando isso, ao comer um figo podemos estar comendo também uma vespa-do-figo, que foi transformada pelo próprio figo e agora é parte dele. Mas elas são tão minúsculas que uma parte muito pequena do figo seria restos do que um dia foi vespa. Por esse motivo alguns vegetarianos não comem figos.

O mais bonito é o figo ter uma relação de coexistência com as vespas-do-figo, pois ele não pode sobreviver se a vespa não disseminar seu material genético, e ela sem ele não tem onde acomodar suas larvas – isso é o mutualismo. A natureza é genial, generosa e perfeita. Conhecer a engenhosidade de um ingrediente nos faz respeitá-lo melhor e honrá-lo no preparo e consumo.

Benefícios para a saúde:

Não bastasse essa história linda, o figo é um ótimo antioxidante, ajuda a controlar pressão arterial, age na prevenção ao câncer de mama, ajuda no fluxo intestinal e também na perda de peso.

Algumas informações desse post tiveram como fonte a matéria original publicada no Huff Post Brasil

Stroopwafel – O que é, como comer e qual um bom?

Stroopwafel – 2 folhas de um waffle fininho e denso recheadas com um tipo de caramelo. Essa gracinha é holandesa, criada numa padaria na cidade de Gouda, era feita com sobras de biscoitos mais caros e requintados. De 1810, quando nasceu, pra cá, ganhou o mundo, e meu coração. Uma das coisas mais românticas da vida é fazer um chá bem quente (se for earl grey fica perfeito, mas pode ser o que você quiser), colocar em uma xícara e em seguida por um stroopwafel como tampa. Espere 2 minutos – o vapor do chá amolece o caramelo do meio, e de repente o mundo vira um lugar mágico de um feliz intenso. Morde isso e entenda o que to dizendo. Eu AMO o Stroopwafel da marca Moinho Wafers, são dignos dessa cena toda. Até eu aprender fazer em casa eles são minha salvação.

Dry-age. Maturação. Carne e tempo. Está na hora de entender um pouco mais sobre isso!

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Foto: RecipeShubs

Dry-age. Carne e tempo. A cara estranha da casca escura por fora guarda algo sem igual por dentro. Dry-age é um processo de maturação da carne a seco,  onde a carne fresca descansa em ambiente ventilado e temperatura controlada, de 0ºC a -2º C, por um período que pode chegar a 60 dias. Nesse processo a carne perde liquido, as enzimas da carne quebram as proteínas, proporcionando sabor intenso e maciez. Toda carne que comemos é maturada – ela precisa descansar após o abate para que seja possível mastigá-la, pois nas primeiras 24 horas após o abate o estágio de rigor mortis deixa as fibras tensas. Estamos mais acostumados no Brasil a consumir carne  de maturação úmida, o wet-age. Qual a diferença entre dry-age e wet-age? Como esses processos acontecem? Dry-age é seguro? Qual a diferença entre carne que estragou e a que maturou? Da para fazer em casa esse processo de maturação? Compreenda melhor tudo sobre o dry-age abaixo!

Fisgmonger vs butcher

Foto: Fisgmonger vs Butcher

Ao olhar uma carne maturada a seco (Dry-age) a visão não parece muito atraente – ao menos aqui no Brasil, nos Estados Unidos por exemplo, mesmo a aparências externa de uma peça maturada a seco já enche a boca d’água – é uma questão cultural. Mas a casca escurecida e estranha de fora pouco importa, pois antes do preparo essa casca é descartada, o que interessa é o que está por dentro – uma carne de sabor muito mais acentuado, macia e de coloração rubi. A carne maturada a seco tem aminoácidos responsáveis pelo umami – considerado o quinto gosto, que proporciona um sabor sem igual, difícil de explicar.

Considerando que após o abate a carne precisa maturar para que seja possível mastigá-la, o processo de maturação foi sendo estudado e hoje usa-se 2 meios mais comuns: O Dry-age e o Wet-age, como o nome já sugere, uma é a seco e outra é a úmido.

Dry-age: Na maturação a seco se coloca a carne em ambiente ventilado, onde a temperatura é controlada. Essa maturação pode durar até 60 dias –  Quanto mais tempo mais a carne se transforma.

Wet-age: A grande maioria das carnes que compramos passa pela maturação úmida – processo onde a carne é embalada a vácuo após o abate, desse modo ela não fica exposta a ventilação e retém líquido, o que mantém o tamanho da peça, deixa o sabor mais ácido e sanguíneo e a carne preserva mais suco.  É um processo mais seguro de maturação pois tem menos risco de contaminação, visto que a carne fica isolada, por isso é o mais comum.

Dry-age é seguro? Não existe nenhuma lei controladora que diz que é proibido, mas também não há uma regulamentação muito clara a favor. O risco de contaminação é maior, o cuidado exigido é grande para evitar tal perigo – visto o contato da carne com ventilação há mais risco de contrair bactérias que irão apodrecer a carne ao invés de maturar.

Quando a carne estraga e quando matura? Simples: A maturação da carne é quando as enzinas da própria carne quebram as proteínas. Já o apodrecimento (putrefação) é quando as proteínas são quebradas por bactérias, advindas de contaminação.

Da para fazer dry-age em casa? Tecnicamente é possível, mas o risco de dar errado é grande. O risco de contaminação do processo dry-age já é maior por si só, feito em um ambiente amador é maior ainda. Há diversos relatos de experiências desastrosas mais do que experiências com sucesso, além de dar um grande trabalho: você precisaria de um refrigerador para deixar apenas a carne, não daria para deixar no mesmo espaço que outros alimentos, como no seu refrigerador comum por exemplo, pois o risco de contaminação seria mil vezes maior, fora que o cheiro da carne de certa forma incomodaria. Vale a pena comprar em algum lugar (mesmo que o preço seja mais alto). Existem aparelhos modernos de refrigeração especiais para dry-age, que possibilitariam você fazer em casa. Encontrei no site “Eu, Gourmet” um passo a passo de como fazer dry-age você mesmo (clique aqui e acesse), mas o risco de fazer de um modo amador pode tornar mais interessante comprar pronta feita por profissionais.

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Foto: Serious Seats

Reação de Maillard – Sabor, Cor, Transformação.

Reação de Maillard – a responsável pelo aspecto dourado dos alimentos. O fogo, o calor, é a forma mais primitiva de transformar a natureza do ingrediente. A relação do homem com o fogo é uma marca civilizatória, cozinhar é uma marca civilizatória. O fogo é um elemento tão forte e tão frágil ao mesmo tempo – para cozinhar com ele é preciso criar uma relação com ele, compreender seus limites e possibilidades. A Reação de Maillard foi apresentada em 1921 pelo químico francês Louis-Camille Maillard, ela define o processo químico onde alimentos submetidos a altas temperaturas ganham, muito mais que tons de castanho e dourado, novos sabores e aromas. É essa a reação que ocorre na crosta do pão, na carne e em diversos outros alimentos que assamos. Dourar um alimento é explorar as possibilidades de transformação da natureza, é extrair dela essências guardadas que os ingredientes tem em si e que o ato de cozinhar desvenda. Saborear o que o mundo oferece.

A reação de Maillard é uma reação que ocorre entre os aminoácidos ou proteínas e os açúcares (carboidratos): quando o alimento é aquecido, o grupo carbonila do carboidrato interage com o grupo amino do aminoácido ou proteína, e após várias etapas produz as melanoidinas, que dão a cor e o aspecto característicos dos alimentos cozidos ou assados.

Dependendo dos tipos de proteínas e açúcares (das características particulares e composições de cada alimento), o processo produz resultados diferentes quanto ao aspecto, cor e sabor. Estas características são diferentes entre pão e carne, por exemplo.

Domar o fogo e o calor na hora de cozinhar exige uma compreensão de sua força e sensibilidade. Naturalmente queimamos ou deixamos “sem cor e sem graça” muitos alimentos antes de aprender a dominar isso. Temos muitas vezes medo de assar demais, queremos superfícies de uma cor só, em tons iguais, e acaba que não permitimos experimentar os diferentes nuances que a ação do fogo sobre o alimento pode trazer. Experimente assar diferentes alimentos em tons diferentes, cada tom fornece um sabor totalmente diferente. Permita-se sair da busca estética tradicional e doure, asse, ou queime sutilmente. Como disse Paola Carosella em uma recente entrevista para a revista Paladar: “Qual o limite? É o sabor: quando ele deixa de ser agradável, quando amarga é porque o alimento queimou”.

Clique aqui e confira receita das Empanadas da foto postada acima, ou…

Clique aqui e confira receita da tradicional baguete francesa!

Faça sua Reação de Maillard em casa!