
Risoto de funghi secchi é intenso e avassalador. Comer ele acende alguma coisa na gente, deixa a gente intenso também, chega dar vontade de olhar pra vida e dizer aquilo que outro dia Marla de Queiroz disse: “Não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha à mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar”. É espetacular um risoto fazer a gente sentir essas coisas, eu penso.
Cogumelos tem algo de misterioso no seu aspecto e sabor, e eu acho isso bem inspirador. Amo usá-los para risotos, tenho uma receita para os frescos e outra para os secos. Os cogumelos frescos tem suavidade, gentileza, uma inocência fresca que conduz a gente para uma sensação delicada – e para manter isso uso no preparo do risoto caldo de legumes e vinho branco. Já os cogumelos secos são intensos, eles tem algo de paixão, não tem meio termo, conduzem a gente por uma conexão profunda, que nos enlaça e não há como escapar – e para manter isso uso no preparo do risoto vinho tinto e caldo de carne.
Clique aqui e veja ambas as receitas de risoto de cogumelos (fresco e seco)
Nesse prato, do lado, tem um escalope de filé mignon temperado com sal e pimenta, grelhado rapidamente na frigideira com azeite e coberto com um molho que é só manteiga, ervas, creme de leite, mostarda, azeite, sal e pimenta, tudo misturado e aquecido junto, rapidinho. Sinceramente, esse risoto sozinho já emociona demais, mas tem dias em que a intensidade é tanta que complemento o prato, pra simbolizar a hipérbole do meu ser.