
O fabuloso destino dos legumes quase estragados, esquecidos nos cantos marginais da geladeira. Todo potencial guardado se revela diante de uma chance de brilho – pensei, e cortei em pedaços: batata doce, cenoura, chuchu e abobrinha.
1) As batatas e as cenouras tem tempos parecidos. Seus pedaços vão juntos na mesma panela com água fria, e então vão ferver até cozinharem, mas não muito, precisam ficar firmes.
2) Já o chuchu tem um tempo diferente e vai em uma panela e água só dele – a gente precisa respeitar o tempo pessoal de cada legume, ou pessoa, caso contrário não teremos chance de ver seu brilho autêntico. Descasco ele, coloco na água fria e levo pra ferver pra cozinhar um pouco, mas também ficar firme.
Escorra tudo, após cozinhar.
3) Em uma frigideira ou panela grande coloque manteiga e os legumes (não muitos de uma vez). Junte a abobrinha (que entra só agora também em respeito ao seu tempo singular). Coloque um pouco de saquê e shoyu.
4) Em fogo médio para alto, doure. Mexa se for preciso para que toda peça fique em contato com o fundo da frigideira em algum momento – e isso é sobre todos terem espaço para conquistar um tipo de brilho.
Pronto. 1) Num canto esquecido, nas margens da geladeira, foram vistos com um olhar de valor. 2) Depois tiveram seu tempo respeitado. 3) Foram oferecidos alguns recursos (manteiga, saquê, shoyu). 4) Foi concedido espaço. Puderam então, brilhar.
Meu jeito preferido de comer legumes.
Take these broken wings and learn to fly
All your life